Nem mesmo os dias de incertezas com relação ao futuro e de restrições para encontros presenciais, causados pela pandemia de Covid, impediu que o professor de alemão da rede pública de ensino, Marcolf Rahn, desse continuidade ao belo trabalho de confecção de cartões de Natal com os seus alunos. Esses cartões, feitos de forma totalmente artesanal, são dados como presentes para os pacientes e funcionários do Hospital e Maternidade Rio do Testo desde 2018. “É um ato de amor. Algumas pessoas só recebem esse cartão como lembrança de que estamos no Natal”, declara o professor.
No começo, esse era um trabalho voluntário feito apenas pelos alunos do Ensino Médio da disciplina de Alemão da Escola Presidente Prudente de Morais. Como toda boa ideia, ela foi ampliada e na edição de 2021 estão participando também alunos da Escola Básica José Bonifácio. E as responsáveis pelas disciplinas de inglês, português e de artes também estão colaborando.
Com isso, há cartões escritos apenas em alemão, em inglês ou somente em português. Os cartões são feitos com papel cartão, lápis de cor, hidrocor, e qualquer material que a criatividade permita. Todas as mensagens são escritas a caneta, de próprio punho, pelos alunos. “É um trabalho totalmente diferenciado. São cartões feitos com muito amor e quem recebe sente isso”, avalia. Todos os materiais são doados pelas escolas.
Nesta edição, não só os pacientes e funcionários do Hospital receberão os cartões. Mas a ação foi ampliada e os moradores do Centro de Convivência Pommernheim também serão contemplados com o mimoo. “Acredito que podemos ter mais colaboradores no próximo ano”, diz.
Estão participando cerca de 300 alunos, somados das duas escolas, e o professor garante que não é uma atividade obrigatória. “É um trabalho voluntário e participa quem quer. Não vale nota. Mas dá um bem-estar tão grande que todo mundo quer participar”, se emociona o professor. No ano passado, não havia aulas presenciais, mesmo assim, 250 alunos fizeram questão de ajudar na confecção das mensagens. “Eles usaram materiais próprios e fizeram os cartões”, afirma.
A entrega dos cartões ocorre na segunda quinzena de dezembro. O professor explica que no ano passado todos foram deixados com a direção, que daí fez a distribuição. “Era um período de muita restrição devido à pandemia.” Esse ano, segundo Rahn, as direções do Hospital e do Pommernheim irão decidir quantos alunos poderão participar da entrega, desde que estejam usando máscaras.
Nos anos de 2018 e 2019, quando não sabíamos o que era pandemia, os alunos puderam participar da entrega. “Quando podemos entregar presencial é muito bom. Conseguimos juntos dar um Feliz Natal e perceber que algumas pessoas ficam muito emocionadas. Como professor é muito gratificante participar dessa ação e ver o envolvimento dos alunos”, conta.
Origem dos cartões de Natal
Os primeiros cartões de Natal datam de 1843, na Inglaterra, e foram feitos de forma totalmente manual. Eles surgiram quando o diretor do Museu Britânico de Londres, Henry Cole, percebeu que não teria tempo para escrever cartas de Boas Festas para seus familiares e amigos, um costume na época. Por isso, pediu ao seu amigo, artista plástico, John Callcott Horsley, para fazer um desenho com os dizeres “Um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo para você”.
John então pintou uma família brindando ao redor de uma mesa farta, com pequenos detalhes rodeando a cena, além de pessoas mais afortunadas ajudando crianças carentes e cada um dos lados da imagem. A partir daí, surgiu a tradição de enviar cartões e que, só caiu no esquecimento há alguns anos devido à evolução da tecnologia. Atualmente, a maioria das pessoas opta por enviar as felicitações pelas redes sociais, e-mails e WhatsApp. Mas, mesmo que em minoria, ainda tem muitas pessoas que gostam de enviar e as que ficam felizes ao receber um cartão personalizado. É uma tradição natalina que dificilmente deixará de existir.
