domingo, 15 de junho de 2025
19 C
Pomerode
19 C
Pomerode
domingo, 15 de junho de 2025

Aluna de Pomerode lança livro intitulado “Coroa de Ferro, Coroa de Prata”

Laura Spaniol Souto se inspirou na música “Viva La Vida”, do Coldplay, para escrever a obra

“Sempre gostei de contar histórias, mas não gostava de escrever porque eu não sabia.” Foi assim que Laura Spaniol Souto, de 17 anos, iniciou a história que teve um fim grandioso: a publicação de um livro intitulado “Coroa de Ferro, Coroa de Prata”. A aluna do “terceirão” do Colégio Fátima, de Pomerode, tem desde criança a paixão pela leitura, mas admite que a escrita nem sempre foi sua aliada. “Quando estava no sétimo ano, uma professora disse que o meu trabalho não estava bom. Ela me mandou escrever de novo, disse que eu conseguiria fazer melhor e eu fiz na raiva”, relata.

Um sentimento ruim que se transformou em algo positivo. Laura reescreveu o trabalho e ele foi publicado na sessão de crônicas de um jornal. Com o resultado, começou a entender que, na verdade, tinha jeito para a coisa. “Eu nem consegui acreditar, isso me inspirou a tentar algo a mais. Eu fiz na raiva, mas quando terminei vi que na verdade era legal, tinha dado certo.” Com isso, começou a escrever histórias, poemas e crônicas.

Um dia, já durante a pandemia, Laura estava escutando a música “Viva La Vida”, do Coldplay, e prestou atenção na letra que, segundo ela, fala sobre um rei que foi tirado do trono. “Eu olhei para isso e pensei ‘nossa, isso parece uma fantasia’ e vi que poderia fazer uma história com aquilo”, relata.

Decidiu, então, sentar e começar a escrever. Foram três dias seguidos com a mesma rotina: acordar, escrever, almoçar, escrever, jantar, escrever e ir dormir. Ao fim do terceiro dia, olhou para a tela do computador e se surpreendeu: havia escrito 300 páginas. Depois de pronto, mandou para alguns amigos, os quais retornaram com sugestões e ela ficou cerca de três meses corrigindo e revisando o rascunho.

Quando terminou, reenviou aos colegas. Foi depois de alguns dias que recebeu a notícia surpresa: um deles havia enviado a obra para uma editora e eles tinham confirmado a publicação. “Eu não sei como ele encontrou a editora, só apareceu para mim e disse ‘olha esse e-mail que recebi’. Só que eu não sabia disso, na época fiquei brava. Depois, entendi que foi ele quem me fez lançar o livro.”

Na época, enviou uma mensagem para a empresa solicitando que cancelassem a publicação. Decidiu revisar novamente e, quando finalmente sentiu que ele estiva 100% finalizado, reenviou as mais de 300 páginas. “Olhei para o trabalho, sabia que estava pronto e me senti satisfeita, então pensei ‘se incompleto eles aceitaram, imagina ele no topo do que pode ser?’” A resposta não poderia ser diferente: um novo sim.

Depois de muitas revisões, reler o livro diversas vezes e uma capa para escolher, a obra chegou às mãos de Laura. “Quando a caixa com os exemplares chegou, abri correndo, peguei um e comecei a chorar, foi muito emocionante. Imediatamente, me tranquei no quarto e comecei a escrever a dedicatória do livro para os meus pais”, confidencia.

O primeiro lançamento foi feito dentro da escola em que estuda durante o 1º Sarau Literário do Ensino Médio Fátima, que ocorreu na manhã de sexta-feira, dia 18. Na ocasião, Laura teve a oportunidade de conversar com os estudantes e contar sobre o que a levou a escrever o livro. “Eu queria falar sobre alguma coisa que alguém da minha idade, passando pelas mesmas experiências, lesse e se encontrasse. O livro conta basicamente a história de alguém que perdeu tudo e foi jogado ao mundo sem saber o que fazer, como viver até o próximo dia e reconstruir uma vida a qual achava que nunca mais poderia ter.”

Em janeiro, Laura fará o lançamento aberto para os amigos, familiares e comunidade em geral. O encontro, ainda sem data definida, será na Biblioteca Municipal de Pomerode, local que tem lugar especial em seu coração. Para os colegas, ela deixa uma recomendação especial: “Qualquer um pode escrever e não necessariamente os textos precisam ser bons, porque as primeiras coisas que eu escrevi também não eram, mas sei que isso fez parte da minha trajetória. Você não precisa ser o melhor escritor do mundo, é sobre a sensação de contar uma história para outra pessoa. Se você tem alguma coisa para dizer, diga de qualquer forma que seja, porque faz você se sentir mais leve e pode mudar a vida de alguém”, finaliza.

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

Receba notícias direto no seu celular, através dos nossos grupos. Escolha a sua opção:

WhatsApp

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui