Natal combina com adoção responsável. Esse é o presente de Natal que toda protetora de animais gostaria de ganhar. Mas, elas contam que, infelizmente, ainda há muitos casos de abandono e maus tratos. “Muita gente adota por impulso para dar de presente para o filho e depois quer devolver o animal ou abandonam porque querem ir passar férias na praia”, declara uma das protetoras do Programa Esquadrão Pet, Danúbia de Souza.
Além de diminuir a adoção, a coordenadora do Sítio Dona Lúcia, que tem parceria com a Prefeitura de Pomerode, Lúcia Westphal, diz que há os que abandonam e quando voltam de férias querem adotar um filhote. Por isso, as protetoras trabalham com um termo de responsabilidade que o adotante tem que assinar. Por meio desse documento, ele fica ciente de que não pode abandonar e quais são as suas responsabilidades, visto que em média um cachorro vive mais de 10 anos.
Atualmente, o Sítio Dona Lúcia está com 1.300 animais e deveria comportar apenas 900. Porém, dona Lúcia diz que está assustada com os casos, tanto de maus tratos quanto de abandono, e muitas ocorrências são em Pomerode. “Achei que com a pandemia as pessoas fossem se sensibilizar e aprenderem a respeitar os animais. Mas não é o que estamos vendo”, comenta com tristeza. Em Pomerode, eles já atenderam até caso de moradores que se mudaram e deixaram galinhas passando fome e cavalos expostos ao mau tempo.
Os animais resgatados pelo Esquadrão Pet ficam em lares temporários. Danúbia diz que é uma forma de irem socializando-os para quando forem adotados. “Tem animais que chegam até nós com muito medo, não deixam fazer carinho, e temos que fazer todo um trabalho de ressocialização”, explica.
Alguns animais chegam a ficar anos com as protetoras. Ela conta que recentemente a Laika, uma vira-lata de porte médio, que foi retirada de maus tratos, foi adotada por uma família ótima. Mas levou quase 3 anos para encontrar o amor.

A adotante foi a auditora da Prefeitura de Blumenau, Claudia Roveri, que já tem no DNA o hábito de adotar cães. Desde criança, ela convive com animais e casou com um homem que também gosta de cachorros. Ela se apaixonou pela Laika, que foi rebatizada com o nome de Luna, ao ver uma foto. Faz dois meses que a Laika/Luna está na sua casa e teve algumas dificuldades de adaptação, principalmente com o Thor, uma mistura de vira-lata com pitbull, que já morava no local. “Estamos conseguindo resolver esse problema com muito amor e paciência. Nos falaram que ela tinha muito medo de homem, porque era mau-tratada por um, mas meu marido conseguiu ser firme e carinhoso ao mesmo tempo com ela. Com isso, temos uma nova cachorra, que adora receber carinho.”
Claudia já teve diversos cachorros adotados e conta que só não está com eles porque morreram. “Adoção é para vida inteira. Se a pessoa não tem isso muito claro, não deve adotar. Porém, pra quem quer, digo que é a melhor coisa do mundo.” Claudia é um presente que todas as protetoras gostariam de receber nesse Natal. Por mais Claudias no mundo.