Charles Gehlen conta sobre sua relação com os livros

Atual: Charles com seu livro do momento.
A leitura já foi muito presente na vida de diversos brasileiros durante muito tempo. Ter e ler livros era sinônimo de cultura, conhecimento e arte. Porém, com o impulsionamento de tecnologias, muitas pessoas acabaram deixando esse hábito um tanto quanto de lado. No lugar, veio o vício pelos celulares, jogos eletrônicos e até mesmo pelas plataformas de streaming, como a Netflix.
Hoje, é difícil ver pais ou familiares presenteando crianças com livros, um costume muito usual antigamente, para criar o gosto pela leitura. Com isso, alguns jovens da atualidade demonstram a falta de habilidade para interpretar textos que passem das poucas linhas, tão usuais no mundo online.
Com o objetivo de enfrentar esse problema, Charles Gehlen, de 51 anos, pretende continuar presenteando as pessoas com livros. Ele relata que espera passar para seus dois netos, Manuela e Gustavo, o prazer e o hábito de leitura que o avô cultiva há tanto tempo.
Outro exemplo dessa vontade do exímio leitor ocorreu ano passado, em 2019, quando um de seus filhos se casou. Como presente de casamento, deu ao casal um livro para celebrar esse momento tão especial na vida deles.
O hábito de leitura de Charles começou na sua infância, quando lia história em quadrinhos e gibis, algo muito comum antigamente e que, infelizmente, se perdeu com o passar do tempo.
Dois dos primeiros livros comprados por ele foram: Caçador de Pipas e a Cidade do Sol, ambos do autor Khaled Hosseine. Eles contam histórias ambientadas no Afeganistão, falando da cultura e de como as coisas acontecem lá. “Ouvi falar deles e achei interessante, por isso comprei”, explica.
Laura Sfreddo/Prateleira: Parte dos aproximadamente 250 exemplares de Charles.
Com o passar do tempo, a família foi crescendo e o trabalho tomando conta da rotina, então, Charles acabou deixando de lado o prazer da leitura. Assim que os filhos cresceram, ele prontamente voltou a ler.
Hoje, conta ter aproximadamente 250 exemplares, organizados em uma prateleira na sala de sua casa, feita exatamente para esse propósito. “Tenho livros de todos os gêneros literários, mas não tenho um favorito”, conta.
Diversas pessoas, com o intuito de ler diariamente, reservam um momento do dia para essa prática, e assim conseguem mantê-la. Porém, atualmente Charles não tem tempo específico dedicado à leitura e acaba lendo conforme é possível. Nos fins de semana que viaja à praia, por vezes lê um livro inteiro em dois dias.
A obra do momento é da escritora Patricia Melo, Fogo-Fátuo, que está guardado no seu quarto. O livro de romance fala do superficial mundo da fama e a pesada rotina do submundo policial. A autora se tornou um dos nomes mais importantes da literatura brasileira e tem uma carreira de sucesso também no exterior, tendo obras traduzidas e premiadas em diversos países.
Com o intuito de passar para frente esse hábito, Charles utiliza como forma de incentivo o costume de falar sobre os livros que leu e títulos favoritos, “contando um pouco de algumas histórias e ainda emprestando para a família”.
Quem ainda cultiva esse hábito sabe o quanto é importante para diversos aspectos da vida. Para Charles, é também uma forma de conhecimento e cultura. “Como dizem, é conhecer o mundo sem sair de casa”, finaliza.
Imagens
Foto: Laura Sfreddo Foto: Laura Sfreddo
Atual: Charles com seu livro do momento.Foto: Laura Sfreddo Foto: Laura Sfreddo Foto: Laura Sfreddo
Prateleira: Parte dos aproximadamente 250 exemplares de Charles.Foto: Laura Sfreddo Foto: Laura Sfreddo