Como muitos casais, Alinda e Alidor Grimm se conheceram em um dos saudosos bailes que movimentavam Pomerode na década de 1950. Era Natal e o endereço daquele primeiro encontro foi o antigo Salão Zastrow, em Testo Rega. “Naquela noite, dancei com muitas moças e com a Alinda também. No final do baile, a acompanhei até em casa”, relembra Alidor.
Na época, o meio de transporte mais comum entre os jovens era a bicicleta. Os pais de Alinda moravam no Wunderwald, mas ela ficava na casa da Família Haut, onde também trabalhava de doméstica. Já o endereço de Alidor era em Testo Alto. “Ninguém tinha carro, ou era bicicleta ou carro de mola, muita gente também costumava ir a pé.”
Depois daquele primeiro momento, outros bailes também foram o ponto de encontro dos jovens enamorados. Sem energia elétrica ou meios de comunicação, o casal acabava se revendo apenas uma vez por mês. “Algumas vezes, meus pais não me deixavam ir aos bailes”, conta Alinda. “Então, quando ela não estava, a gente acabava não se vendo naquele mês, porque não tinha telefone para conversarmos.”

Os dois namoraram por dois anos até o pedido de noivado e o casamento acontecer no dia 11 de abril de 1959. “Eu fui à casa dela e pedi para os pais se poderíamos nos casar. O pastor Liesenberg realizou a cerimônia religiosa”, recorda Alidor.
Quando Alinda e Alidor se casaram, foram de carro de mola para a igreja, tendo como condutor o Sr. Fritz Hackbarth. “Foi uma festa muito bonita na minha casa, para aproximadamente 80 pessoas. Todos os vizinhos estavam convidados e os parentes também”, declara Alinda.
No entanto, ela se mudou para a casa dos sogros apenas no dia 21 de abril. “No feriado, nós fomos até o Wunderwald de carroça. Trouxemos um armário, uma cama, a máquina de costurar roupa e algumas coisas do enxoval, como pratos e xícaras, comprados na Porcelana Schmidt. Ela também ganhou uma vaca e depois buscamos alguns porcos.”
Alidor sempre trabalhou na roça e cortando madeira, já Alinda, por muitos anos, se dedicou ao trabalho da Porcelana Schmidt. Antes, atuou em casas de família como doméstica e babá. “Trabalhei na Porcelana por 31 anos e me aposentei lá.”
Na propriedade de Testo Alto, o casal Grimm se dedicava ainda à criação de gado de leite e corte, de porcos, plantava cana-de-açúcar, arroz, milho, aipim, batata e algumas verduras e legumes. “Quase tudo o que comíamos nós plantávamos ou criávamos sozinhos. Com o dinheiro do que era vendido, compramos alguns terrenos.”

O casal teve três filhas: Adelina, Avelina e Anelia. Depois, vieram 11 netos (um in memoriam) e nove bisnetos (um in memoriam). “Como eu trabalhava fora, deixava as meninas em casa, com a oma e com uma tia.”
Além do trabalho na roça e cortando madeira, Alidor também ficou conhecido por ser o primeiro feliz proprietário de um veículo. A aquisição do Ford F1 aconteceu na década de 1960. “Ninguém tinha carro na região e quando queríamos ir a algum lugar era sempre tudo muito difícil. Depois, o Sr. Riemer também comprou um jipe.”
Não demorou para que ele também se dedicasse a uma nova função, que era a de levar os noivos no dia do casamento. “Ir de carro de mola até o Centro era complicado. Então, juntava os noivos e as testemunhas, a primeira parada era na igreja, depois no cartório e para a foto oficial. Antes de voltar, ainda tinha uma paradinha no bar para comer um bolinho e tomar uma cerveja. Depois, eu levava todos para o local das festas, que geralmente eram feitas nas casas dos pais da noiva ou do noivo, começava depois do almoço e durava até o outro dia de manhã.”

Juntos há 65 anos, o casal se orgulha de tudo o que conseguiu construir na simplicidade da vida em Testo Alto, com muito amor, respeito e união. “Nós sempre trabalhamos juntos, nunca ficamos longe um do outro e sempre vivemos abraçados um ao outro. Não comprávamos muitas coisas do mercado, muita coisa vinha da horta, construímos nossa casa e criamos nossas filhas com muito carinho.”
No histórico desse simpático casal, estão as celebrações de muitas bodas e a expectativa para os 70 anos. “As Bodas de Prata nós não comemoramos porque estávamos construindo a casa e tínhamos um neto muito doente. Depois as Bodas de Ouro e as de Diamante sempre fizemos questão de comemorar com a nossa família e os nossos amigos.”

A cerimônia das Bodas de Platina foi realizada no domingo, 07 de abril. O culto foi feito pelo pastor Edson Plaster e a festa, para 115 pessoas, ocorreu na Associação da Porcelana Schmidt. “Foi tudo muito lindo, o Pastor agradeceu por estarmos sempre unidos por tantos anos no testemunho de fé e amor.”