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50 anos de uma união leve e divertida

Eurides e Anila Glatz comemoram as tão esperadas Bodas de Ouro dia 24 de abril

Por: Redação TN

Foto: Laura Sfreddo
50 anos: Eurides e Anila Glatz comemoram Bodas de Ouro.

Em um mundo em que relacionamentos se tornaram facilmente termináveis e pequenos detalhes são transformados em grandes problemas, presenciar relações duradouras se tornou motivo de alegria. Se, para alguns, 10 anos de namoro já é muito, para outros, meio século é o registro de uma união longa e duradoura.

É nesse clima de comemoração que o casal Eurides e Anila Glatz, de 71 e 66 anos, respectivamente, se encontra na véspera de completar 50 anos de casados. O dia 24 de abril de 1971 marcou o início oficial da união dos dois, mas a história começou quando eles ainda eram crianças e moravam na mesma localidade, no Vale do Selke Grande.

A diferença de idade dos dois fez com que Eurides fosse amigo dos tios gêmeos de Anila e, com isso, estivesse sempre na casa da avó da atual esposa. “Eles sempre judiaram de mim e dos meus dois irmãos”, conta ela. Posteriormente, quando eram mais velhos começaram a namorar, ela tinha 15 e ele 19. Em apenas dois anos, o casório já aconteceu, mas Eurides deixa claro: “Nós não éramos obrigados a nos casar”.

O dia especial foi marcado por uma grande festança de quase 300 pessoas no salão do Vale do Selke e demorou pouco tempo para o primeiro e único filho nascer em fevereiro do ano seguinte, ele recebeu o nome de Jonas. “Eu trabalhei em uma casa que tinha crianças e estava acostumada com elas, por isso a gente queria logo ter um filho”, confessa Anila. Hoje, a família cresceu e conta também com uma nora e dois netos, de 14 e cinco anos.

Assim como muitos pomerodenses, a vida do casal foi marcada por muito trabalho duro. Na verdade, tudo começou quando se casaram e o pai da noiva deu para os dois uma vaca leiteira, “para termos comida na mesa”, explica Eurides. “Ganhamos para começar a trabalhar na roça”, completa ela.

Ele trabalhou por cinco anos em uma tecelagem e, após isso, ficou por 29 anos na Karsten, local em que se aposentou e saiu em 1998. Além disso, também foi porteiro da Prefeitura de Pomerode durante 10 anos e meio. Já Anila começou como costureira em casa e fazia peças sob medida, depois trabalhou em uma camisaria e também teve passagem pela Karsten, além de ajudar na cozinha do Salão do Progresso, na Festa Pomerana, entre outros locais. Agora, trabalha duas vezes na semana como diarista. “Nossa vida era trabalhar, a gente ia sempre nos trancos e barrancos”, conta a esposa.


Geração: o casal com Jonas, seu único filho. FOTO: Arquivo pessoal  

Dos 50 anos de convivência, ela diz que brigavam em alguns momentos, mas o marido completa dizendo que isso faz parte. “Eu fui confirmado com um pastor que dizia ‘quando não há fumaça na cozinha, não tem comida'”, relembra Eurides, momento em que o casal caiu no riso. Além disso, eles completam dizendo que a casa é grande, então quando um quer brigar, o outro foge e, dessa forma, não gera discussão.

Em relação ao tamanho da residência, o marido deixa claro que as tarefas domésticas são divididas, assim se torna mais leve e fácil. “Ela faz a parte de dentro e eu faço a parte por fora, cada um tem o seu serviço e nenhum incomoda o outro”. Essa compreensão é o que eles mais admiram um no outro. “Se eu peço uma coisa para ela, ela não nega, e se ela precisa de mim, eu já vou na hora”, completa.

Nessa meia década de história, muitos momentos bons foram compartilhados entre os dois, mas perdas também fizeram parte de todos esses anos. Em cinco anos, Eurides e Anila perderam seis pessoas muito importantes para os dois, os pais dela e os quatro pais dele, os biológicos e o casal adotado pelo gentil senhor como pais de coração. “Não tínhamos mais ninguém, isso fez muita falta”, admite ela.

Além disso, outro momento foi muito difícil para o casal: o acidente de bicicleta que Eurides sofreu. Há oito anos atrás, ele decidiu ir até o Salão do Progresso de bicicleta e, na volta, desceu devagar, pois a estrada estava ruim. “Estava subindo um fusca e perto de mim tinha um buraco, aí ele desviou. Eu não vi, mas atrás de mim vieram duas motos e uma delas se assustou. Quando ela freou e parou, deu um coice na minha bicicleta e eu cai no meio da rua”, conta.


Laura Sfreddo /Bodas de ouro: um relacionamento duradouro.

Quando Anila chegou ao local, os profissionais que prestaram apoio não deixaram vê-lo. Indo para o hospital com o vizinho, ela pensou que havia ocorrido o mesmo que seu pai, que morreu repentinamente em um acidente. “Quando cheguei lá e vi que ele estava vivo foi uma alegria. Agora estamos bem, se continuar assim pode demorar mais uns 20 anos”, brinca.

Mesmo diante de dificuldades, tropeços e desafios, o casal se manteve unido nesses 50 anos. Como nem tudo são flores, houve anos em que o relacionamento não estava no melhor momento, mas eles sempre se recuperaram. “Vamos continuar assim nesse resto da vida, se estamos com saúde já está bom. Hoje em dia pensamos muito no filho, na nora e nos netos, quando estão todos bem está tudo bem também”, salienta Anila.

Infelizmente, devido à pandemia, a tão esperada festa para comemorar as Bodas de Ouro não poderá acontecer. Mas nós, do Testo Notícias, desejamos que o amor, a felicidade e a cumplicidade do casal, características tão visíveis durante a entrevista, estejam sempre presentes no relacionamento dos dois. 

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