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31 anos ensinando como a história constrói o mundo

Professor Uwe Hass conta sobre sua experiência em sala de aula

Foto: Matheus Kurth
Professor: Uwe dá aulas há 31 anos.

“Vai dar tudo certo”. Esse é o lema que Uwe Hass, de 55 anos, passa para seus alunos em sala de aula. Segundo ele, mesmo que as coisas estejam saindo da maneira errada, se ajeitam no final. Há 31 anos Uwe é professor de História e carrega consigo a tarefa de contribuir com a formação de milhares de crianças e adolescentes. Hoje, leciona para estudantes do Ensino Médio na Escola de Educação Básica José Bonifácio, estudantes que estão justamente na idade em que mais surgem dúvidas sobre o futuro profissional e pessoal.

Uwe é daqueles professores que, ao entrar na sala, todos os alunos ficam em silêncio. Se isso é bom ou ruim? Nem ele sabe. Mas o que tem mesmo certeza é de que foi importante para todos os alunos que passaram por suas aulas.
O professor diz ser extremamente falador e isso podemos confirmar na entrevista concedida a nossa redação. Na sua aula, poucas palavras são escritas no quadro, mas ele dá um jeito de capturar a atenção do aluno. Para isso, sempre tenta explicar a importância e o porquê de estudar sobre o assunto tratado. “Tento associar uma coisa à outra, mostrar de que maneira os acontecimentos históricos influenciam o nosso presente”, conta.

Trazer os fatos históricos para o presente gera grande interesse para os alunos. Não são todos os professores que conseguem realizar isso, mas Uwe tem nesse fator uma de suas principais ferramentas didáticas. “Eu mostro que os episódios do passado influenciaram diretamente a maneira como vivemos hoje e como nós caminhamos daqui para frente”.
Um determinado dia encontrou a frase que resume a relevância da matéria lecionada por ele: “O professor de história tenta ensinar aquilo que o mundo quer esquecer”. Por isso, Uwe sempre mostra para os alunos que, mesmo sem sair de casa, podem aprender sobre o que aconteceu do outro lado do mundo há 100 anos.

O dom de lecionar é uma herança de família. O avô de Uwe era professor, assim como dois tios-avôs e oito netos (incluindo Uwe). Porém, se antigamente essa área era muito procurada, hoje a situação está diferente. “Professores estão se tornando raros, poucos querem seguir essa carreira, as licenciaturas reúnem turmas pequenas”, analisa.
E falando em mudanças, o mundo teve que se adaptar nesse tempo de pandemia. O professor conta que, como todos, acreditou que seria necessário somente uma semana de isolamento em março. Porém, os planos mudaram e a escola onde trabalha também teve que se ajustar a essa necessidade.

Algumas ações foram feitas, como um curso disponibilizado para os professores com o objetivo de capacitar a todos para a utilização do Google Classroom, plataforma implementada para possibilitar as aulas não presenciais. Além disso, a diretora da escola onde trabalha criou um canal no Youtube para que os professores pudessem publicar os vídeos das aulas, e materiais impressos com as atividades são entregues para os alunos que não têm acesso à internet.
Para o professor, todos tiveram que ceder um pouco e aprender algo novo. Por exemplo, Uwe teve que estudar como lidar com a tecnologia, fazendo os vídeos, enviando as atividades e até mesmo entrando em contato com os alunos. “É um ritmo e uma situação muito diferentes”, explica.

Além disso, sua rotina mudou drasticamente. “Antes, eu era professor de segunda a sexta. Agora, sou professor sete dias por semana. Às vezes no domingo à noite um aluno está me questionando sobre um assunto que precisa esclarecer, e a gente, claro, tem que atender”.
Além dos desafios superados, ter uma caminhada de 31 anos lecionando trouxe diversas alegrias e o sentimento de dever cumprido. “Quando vejo eles entrando em universidades, saindo delas, trabalhando com alguma coisa interessante, tendo carreiras legais, sei que tudo valeu a pena”, finaliza.

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