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VÍDEO: Alunos da Olavo Bilac se preparam para Mostra Brasileira de Foguetes

Além disso, quatro turmas participam Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

Sete alunos da E.B.M Olavo Bilac estão dedicando parte do contraturno escolar para se prepararem para a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que acontece paralelamente à Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

O objetivo é criar um foguete movido com água e ar comprimido que, após o lançamento, atinja uma distância mínima de 90 metros, critério para participar do concurso.

A ideia surgiu da professora de Ciências do 9º ano B, Bruna Hamann. “Eu já fui aluna, sempre gostei de fazer essas atividades, eu tive ótimos professores, mas não foram todos que se entusiasmaram em fazer uma coisa diferente. O máximo que eu posso trazer para eles eu trago. Astronomia já é um conteúdo de paixão minha, eu gosto muito, então quando eu recebi a oportunidade eu levei para eles.”

Lançamento de foguetes

Quando iniciou a pesquisa sobre a OBA, Bruna logo descobriu sobre a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). De cara, o interesse pelo tema falou mais alto. “Já fui atrás da escola para ver se conseguíamos comprar os materiais e a escola topou na hora, inclusive comprou a base de lançamento. Conversei com os alunos, muitos se entusiasmaram na hora. Estamos em sete estudantes, os quais se dividiram em três grupos. Eles estudam no vespertino e vem no contraturno para fazermos o projeto”, relata.

Na terça-feira, dia 7, foi o momento de montar os foguetes com garrafa pet. Depois, foram até o campo do Vera Cruz para iniciar os testes. “Foi bem difícil, ‘apanhamos’ um pouco no início. Depois, quando deu certo a primeira, eles se emocionaram e vibraram muito. No dia seguinte, começamos às 7h30min e passamos a manhã lançando.”

O principal objetivo é chegar a marca de 90 metros, distância mínima solicitada para participar do MOBFOG. “Com isso, temos chances de ir para Rio de Janeiro, para um evento nacional. Depois dos 90 metros, a intenção é chegar no máximo que der para conseguirmos a primeira colocação”, enfatiza.

Sobre o retorno dos alunos, Bruna destaca que eles estão gostando muito do projeto. “Estão bastante entusiasmados, contam os avanços para os colegas da sala. A emoção deles mostra que estamos no caminho certo. Agora, temos que fazer as melhorias e modificações para tentar lançar o mais longe que der.”

Preparativos para a OBA

A primeira vez que a Olavo Bilac participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica foi em 2019. A ideia surgiu da professora do 5º ano, Sandra Denise Bublitz Borchardt, que ficou sabendo do concurso após pesquisas na internet. “Eu me interessei e entrei no site para ver como funcionava. Lá, traz todo o assunto que é trabalhado em sala de aula dentro do contexto da OBA, o que tem que ser estudado e vi que acabava em conjunto com aquilo que a gente já estuda em sala de aula. Por exemplo, sobre o sistema solar, rotação e translação, e um pouco também da astronomia e astronáutica”, explica.

Já no primeiro ano, a escola conquistou cinco medalhas, sendo três de prata e duas de bronze. Em 2020 e 2021, em decorrência da pandemia, a instituição não participou da olimpíada. No entanto, retomou em 2022. “Ano passado, nós tivemos três medalhistas, dois de ouro e um de bronze.”

Para 2024, participaram da prova as três turmas do 5º ano, das professoras Sandra e Simone F. Gallen, e o 9º ano B, da professora Bruna. “A prova tem níveis diferentes. Nós, dos quintos anos, participamos do nível 2, e o nível 3 é com o nono ano”, conta.

Com o objetivo de se preparar para a OBA, Sandra e Simone organizaram juntas os passos de estudo. “Trocamos ideias e vimos o que faríamos. Nós sentamos, conversamos, fizemos o planejamento do que precisaríamos estudar e colocamos em prática.”

Já com relação à turma do 9º ano, Bruna conta como surgiu a vontade de participar da prova. “Eu não conhecia a OBA, sou professora há quatro anos, mas nunca nem tinha ouvido falar. Há cerca de um mês e meio, a Sandra me disse que eles iriam participar e me perguntou se eu gostaria de inscrever minha turma também. Fui pesquisar e entender como funcionava e já cadastrei todos os alunos para fazer a prova também”, evidencia.

Além disso, ela explica que também realizou uma preparação com os estudantes. “Eu tive que fazer todo um replanejamento pedagógico, porque a parte de astronomia que está na grade curricular do 9º ano eu passaria só em setembro e, com essa oportunidade, precisei mudar. Assim que ela veio falar comigo, já comecei o conteúdo de astronomia, assistimos o filme Interestelar, discutimos a teoria, tirei dúvidas, fizemos alguns exercícios e pegamos provas dos anos anteriores para fazermos um simulado.”

Experiências: estudantes da Olavo Bilac puderam ter uma noite para observar a lua. Foto: Divulgação

Já de forma conjunta, as três professoras uniram todos os alunos para uma noite de atividade prática. No dia 22 de abril, eles realizaram uma observação da lua cheia, momento que já ocorreu no ano passado. “É uma experiência muito boa e eles adoram. Fazemos como preparação para a olimpíada. Reunimos os alunos depois das 17h, fazemos um lanchinho e esperamos começar a anoitecer. Depois, fazemos a observação conforme a lua vai aparecendo”, explica a professora Sandra.

Para este dia, ela e Simone organizaram com os alunos a produção de lunetas. “Teve alguns alunos que também trouxeram o seu telescópio e também binóculo para fazer a observação. Eles tiveram que analisar qual a diferença de ver a lua com a olho nu e ver utilizando os objetos.”

Da mesma forma, a professora Bruna também usou o momento para intensificar os estudos. “Nesse dia, eu particularmente usei muito o aplicativo stellarium, que funciona com GPS do celular. Com ele, por exemplo, se tem uma estrela muito brilhante e eu quero saber o que é, eu aponto o celular para o céu, aí já diz qual estrela é, que constelação que está, informações, mostra a parte 3D, etc. Fiz essa atividade com eles.”

Para ela, a astronomia ainda não é uma área muito valorizada, mesmo que tenha uma infinidade de pesquisas científicas sobre o tema. Por isso, acredita ser de suma importância poder abordar o assunto com os alunos. “A nova reforma da grade curricular trouxe um pouco mais de astronomia para o conteúdo em sala de aula, mas normalmente é passado mais batido. Como astronomia não é algo que dá para ver muito, temos algumas fotos, mas não temos como saber como realmente é lá em cima, o máximo que eu puder trazer de prática para a disciplina eu vou trazer.”

Da mesma forma, a professora Sandra relata ser maravilhoso a oportunidade de levar o tema para dentro de sala de aula. “Com as tecnologias que temos hoje, é possível trazer novas experiências para que eles possam estar diretamente ligados. Isso traz um diferencial no aprendizado deles, acaba marcando a vida deles para o futuro. A observação da lua, por exemplo, é um momento diferente e tenho certeza que traz todo um significado na vida deles”, finaliza.

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