Com o objetivo de debater temas essenciais sobre o Serviço de Família Acolhedora, foi realizado no Teatro Municipal de Pomerode, no dia 14 de setembro, o 4º Seminário Regional de Família Acolhedora. O evento foi organizado pela Prefeitura de Pomerode, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação (Sedes), e pelo Colegiado de Assistência Social da Amve, com o auxílio dos 14 municípios associados.
Durante o dia, os participantes puderam acompanhar palestras de especialistas como Jane Valente e José Roberto Poiani. Além disso, foram abordados temas como: o apego entre família acolhedora e criança/adolescente, a importância do cuidado individualizado, o afeto, a importância e relevância do serviço na transformação das vidas de crianças e adolescentes institucionalizados; a importância do olhar e do trabalho integrado entre Poder Judiciário e Rede de Proteção da Criança e Adolescente na implantação e execução do Acolhimento Familiar; troca de experiências entre municípios do Vale Europeu que executam o serviço e relato das famílias;
“Esse Seminário é fundamental para que as pessoas se convençam da importância de conferir a todas as crianças e adolescentes o direito da convivência familiar. Essa convivência familiar se torna ainda mais importante naqueles momentos que a família da criança passa por turbulências. O Seminário fortalece a rede que cuida e executa o Serviço de Família Acolhedora”, destaca o Juiz José Roberto Poiani.
Além da presença dos representantes dos municípios da Amve, o evento contou com a participação de outros municípios catarinenses, destacando a regionalização do Serviço de Família Acolhedora, que é essencial para buscar força e auxílios. “Santa Catarina já vem ensinando como a regionalização deve ser feita. A experiência compartilhada no Seminário, vai possibilitar a outros municípios entenderem que esse engajamento é imprescindível para ter uma solução para essas questões, porque senão, vamos continuar vendo crianças de municípios pequenos, sendo encaminhados a abrigos distantes, tirando elas de sua realidade social”, explica a Assistente Social e palestrante, Jane Valente.
O 4º Seminário Regional de Família Acolhedora foi realizado com o objetivo de fortalecer o serviço nos municípios da Amve e na região. “Com o Seminário, podemos avançar com a implantação do Família acolhedora aqui na região em alguns municípios do estado que ainda não possuem o serviço, mas além disso, podemos crescer com as trocas de conhecimento daqueles que já tem. Aqui falamos muito de inclusão, amor, afeto que é importante, mas ainda temos muitos desafios a serem vencidos“, lembra a assessora de Assistência Social da Amve, Nayara Brito.
Vem ser Família Acolhedora!
A Prefeitura de Pomerode, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação, procura famílias que tenham interesse em acolher temporariamente crianças e adolescentes em suas residências. Essas famílias passam por avaliação e são devidamente capacitadas e acompanhadas pela Equipe do Serviço de Família Acolhedora.
Para família que deseja fazer parte do “Família Acolhedora”, o serviço funciona no prédio do Creas, na Rua XV de Novembro, n° 234, no bairro Centro, e o horário de funcionamento é das 7h30 às 11h30 e das 13hs às 17hs, de segunda a sexta-feira. Qualquer dúvida também pode ser tirada pelos telefones (47) 3395-6305 ou (47) 99251-6856.
“Nossas crianças e adolescentes do município de Pomerode e da região, precisam muito desse serviço, desse acolhimento. O Família Acolhedora transforma a vida de crianças e adolescentes até a vida adulta”, reforça a Secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Renata Klee.
Família Acolhedora não é a adoção
Durante uma pesquisa realizada pela Sedes com a população pomerodense, foi visto que muitos entendem o Serviço de Família Acolhedora como adoção, mas são medidas distintas.
A adoção é um processo legal que estabelece um vínculo de filiação entre uma criança ou adolescente e uma família que não possui laços biológicos com ela. Essa medida só é aplicada quando todas as alternativas de reintegração à família biológica ou extensa (como avós e tios) foram esgotadas. O processo de adoção é permanente e irreversível, conferindo ao filho adotivo os mesmos direitos que um filho biológico. Este procedimento é regido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e visa garantir o direito fundamental à convivência em um ambiente familiar e comunitário.
Por outro lado, o Acolhimento Familiar é uma medida temporária e excepcional de proteção. Ele é aplicado para acolher crianças e adolescentes que estão em situação de risco social devido a negligência, abandono ou abuso. Esses jovens são temporariamente colocados em uma família de acolhimento até que sua situação seja resolvida, o que pode envolver o retorno à família de origem, encaminhamento para a família extensa (como tios ou avós biológicos) ou adoção. O acolhimento evita que os jovens sejam encaminhados a um abrigo.
