O pequeno Joaquim decidiu vir ao mundo de uma forma inusitada. Ele nasceu na sexta-feira, 21 de janeiro, dentro da ambulância do Samu, em frente à Prefeitura de Pomerode. Era quase fim do expediente da técnica de enfermagem, Luciana Bridarolli, e do condutor socorrista, Cleyton José Eising, quando a dupla recebeu o chamado para auxiliar em um parto de emergência em Testo Central.
Segundo Luciana, a ocorrência incialmente foi recebida como sendo para suporte à gestante com dores no fim da gestação. Quando chegaram à casa da família, constataram que a mamãe, Mayara Arndt, já estava em trabalho de parto. “Ficamos sempre na expectativa e vamos preparados para chamados como esse, porque requerem atenção redobrada.”
Após avaliação, os socorristas ligaram para a Central do Samu e comunicaram o caso à médica plantonista. Em um primeiro momento, optaram por ficar na residência, organizando tudo para a chegada do pequeno. Depois, como a evolução nas contrações seguiu em um ritmo mais calmo, decidiram por levar a gestante para o hospital, para que o parto fosse feito com mais segurança, tanto para a mamãe quanto para o bebê.
Mayara foi então acomodada na ambulância para seguir até o Hospital e Maternidade Rio do Testo. No entanto, o bebê não esperou a chegada à maternidade e, em frente à prefeitura, quis vir ao mundo para presentear socorristas, a família e a cidade que escolheu para nascer. “A gente sempre espera que dê tempo de chegar ao hospital. Quando vi que precisava da ajuda do Cleyton só pedi para que ele parasse a ambulância e viesse me ajudar com o parto”, relembra Luciana. “Seguimos com prioridade para a ocorrência e tentamos dar toda a assistência necessária para a gestante. Só tive tempo de parar em um local seguro, depois percebemos que era em frente à prefeitura, no dia do aniversário de Pomerode, um belo presente para todos”, complementa Cleyton.

Joaquim nasceu forte e com um choro potente de quem tem muita vontade de viver e muita saúde para compartilhar. “Na hora que eles choram é a resposta que a gente precisa, é o nosso melhor presente”, garante Luciana que, após o parto, fez os procedimentos necessários e acomodou o bebê no colo da mãe para o restante do trajeto até o hospital.
No HMRT, mamãe e bebê receberam os demais cuidados necessários. Para Luciana e Cleyton, que também têm filhos e já tiveram a experiência de auxiliar em outros partos como socorristas, o sentimento é um só: o de gratidão. “Eu me sinto agradecida por Joaquim ter escolhido a gente e por ter tido o privilégio de tê-lo ajudado a vir ao mundo”, declara Luciana.
Já Cleyton deseja que a família tenha muitas alegrias com o novo e apressadinho integrante. “Embaixo da farda também há um ser humano. No momento do atendimento, estávamos atentos às necessidades da mamãe e do bebê. Depois, também nos comovemos com o nascimento e ficamos muito felizes. Se eu pudesse falar algo a essa família, diria para que aproveitem cada segundo porque é uma oportunidade única ver um filho crescendo”, finaliza.