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Precisamos proteger nossos filhos do abuso sexual

Acreditamos que falar sobre sexo é um tabu, porém, se prestarmos atenção às rodas de conversas entusiasmadas, ouviremos confidências de uma amiga ou amigo sobre seus relacionamentos ou, se entrarmos em uma das infinitas opções de sites de relacionamento, não vai demorar até o assunto surgir, muitas vezes, com detalhes bem pessoais. Entretanto, nestes mesmos cenários, não se escuta as pessoas revelando qual seu salário, o valor da sua hora de trabalho ou os rendimentos líquidos do último trimestre. Atualmente, nosso dinheiro e nosso patrimônio são muito mais íntimos e particulares do que o nosso corpo e as nossas relações!
Como consequência, estamos ensinando aos nossos filhos sobre os valores materiais, o respeito ao patrimônio do outro, ao brinquedo do amigo, as considerações financeiras antes de comprar um pacote de biscoito no mercado, mas não estamos falando sobre o consentimento em relação ao toque, sobre as nossas partes íntimas e preciosas, sobre pessoas “boas” que fazem coisas ruins.

  • 1 criança é abusada no Brasil a cada 4 segundos.
  • 1 a cada 10 crianças é abusada antes dos 18 anos.
  • Das crianças abusadas 75% são meninas e 25% são meninos.
  • 1 a cada 5 é aliciado na internet.
  • 20% são abusados antes dos 8 anos.
  • 90% dos abusadores são da família, ou pessoas que a criança conhece e confia.
  • 60% não contam do abuso para ninguém.

Em primeiro lugar, precisamos dar os nomes corretos às partes íntimas (pênis, vulva ou mais popularmente conhecido como vagina e ânus), por diversos motivos: Se a criança precisar contar que estão mexendo em suas partes íntimas, é extremamente importante que ela fale o nome certo, para que qualquer um que escute, possa entender o que ela diz. Precisamos considerar as partes íntimas, como consideramos todas as outras partes do nosso corpo, isso mostra naturalidade, o que é fundamental na comunicação, principalmente quando há uma situação de violência acontecendo. Não há nada de errado, feio ou pecaminoso em dar o nome certo às partes íntimas. A criança precisa considerar cada pedaço do seu corpo como importante e especial.

Em segundo lugar, em média, trocamos a fralda dos nossos filhos 5.000 vezes, ou seja, temos 5.000 oportunidades de nomear, pedir permissão para tocar o corpo dele e narrar o que estamos fazendo. Devemos ensinar desde cedo, com pequenas atitudes, que o corpo é deles, e que nenhum toque pode ser invasivo.
Em geral, até os 18 meses, são esses os comportamentos a serem ensinados, na próxima coluna, falarei mais sobre o que precisamos e como devemos ensinar as crianças a partir de dois anos.

Thamires Negishi
Psicóloga
CRP 12/12023

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