Eu terminei a última matéria ressaltando o fato de que um diagnóstico não precisa ser uma sentença, mas que pode sim ser apenas uma circunstância, e hoje, vou explicar para vocês como isso é possível.
Pesquisas atuais indicam que nascemos com aproximadamente 100 bilhões de neurônios, mas quando atingimos a vida adulta, eles diminuem para cerca de 20 bilhões!
Com essa informação em foco, aliado ao conhecimento básico sobre sinapses e as conexões que elas promovem entre os neurônios, formando através das experiências as quais o bebê é submetido, novos caminhos, novas teias, que possibilitam ao indivíduo pensar, decodificar, significar, planejar e se comportar, constatamos que mesmo diagnósticos com prognósticos muito limitantes apresentam a possibilidade de desenvolvimento.
O que isso significa?
Significa que, mesmo que uma criança seja diagnosticada com uma síndrome, paralisia cerebral, apresente comportamento compatível com o de uma deficiência e/ou transtorno, demonstre atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ou qualquer outra condição que interfira no pleno desenvolvimento das suas habilidades, quanto mais cedo os estímulos, terapias e tratamentos iniciarem, maiores as chances desse indivíduo se reabilitar, pois o cérebro detém a capacidade de encontrar novos “caminhos” para atender as suas necessidades.
Considere que com 10 números, somos capazes de formar infinitas combinações, com 26 letras compomos incontáveis palavras, sendo assim, imagina o que a máquina mais incrível e ainda “desconhecida” chamada cérebro pode fazer com 100 bilhões de neurônios, que formam de 600 a 800 sinapses por segundo na infância!
Consegue perceber como não podemos limitar uma criança a um diagnóstico? Não podemos negligenciar nenhuma chance de desenvolvimento a ela.
Por isso é tão importante oferecer os estímulos adequados para as nossas crianças, tenham elas um desenvolvimento típico ou não. Criança precisa de um ambiente suficientemente bom para crescer. Quando ponderamos sobre os elementos necessários para um desenvolvimento saudável, alguns aspectos se fazem fundamentais, são eles: Segurança, limpeza, alimentação adequada, um ambiente familiar previsível e amoroso, rotina (a previsibilidade de acontecimentos do dia é fundamental para auxiliar na regulação de humor da criança), carinho (contatos físicos afetivos), exposição a estímulos compatíveis com a idade, o mínimo de uso de telas possível e conviver com a família, se sentir parte, pertencente ao grupo de pessoas mais importante da vida dela.