Desprovida de qualquer habilidade manual que sou, tenho desde a descoberta da gestação um verdadeiro pavor do evento denominado como “semana da criança”, comumente realizado nos centros de educação infantil e escolas nos últimos anos.
Se antes de me tornar mãe gostava de ver as fotos do dia do cabelo maluco? Gostava sim, e muito! E se eu achava fofas as crianças fantasiadas? Oh, se achava!
Acontece que, agora, quando o Lucas for para a escolinha… Serei eu a pessoa responsável por pensar e executar “um cabelo maluco”… E como pessoas sem coordenação motora fazem penteado? Me expliquem! E quais as opções fáceis para cabelo de meninos? Gente, meu filho vai ser aquele que a mãe só passou o spray colorido, entendem? Oh céus!
E fantasia? “Ahh, mas dá pra fazer em casa aproveitando tudo que já possui”. Vocês compreenderam a parte de que eu sou desprovida de talentos manuais né! A maior decepção da minha mãe, costureira de mão cheia, é o fato de que mal sei passar a linha pela agulha. E aí, como faz?
Sabe, na minha época, na véspera do Dia das Crianças (aproveitando pra deixar claro que não estudei em nenhuma escola de Pomerode, então talvez aqui tenha sido diferente), a gente ganhava um cachorro-quente com laranjinha na hora do recreio e pronto. “Tava” tudo ótimo, “tava” tudo ok.
Aí agora os filhos de mães desprovidas de habilidades e criatividade têm uma nova e inteira possibilidade de colecionar um trauma anual de infância: ser o simplinho e sem graça no dia da fantasia, no dia do cabelo maluco e por aí vai…
Tô desesperada! Juro! Pelo lado bom, ganhei mais um ano pra me preparar.