O alarme tocou, é hora de levantar. Mais um dia para viver, cair, levantar, aprender. Mas, honestamente, não há tempo para pensar demais. Hora do banho e de se aprontar, arrumar o que falta na bolsa do filho, trocar a roupinha em meio ao bom dia repleto de beijinhos, que delícia, pena que não há mais tempo para brincar, chegou a hora de “engolir” rapidamente o café da manhã. E corre, corre, corre…
Todos no carro, bebê na cadeirinha, cinto de segurança, música para absorver o amanhecer e segue. O dia passa “num já”, nunca há tempo para tudo, sempre necessitamos de um pouco mais (ou muito mais).
Hora de ir para casa, risadas deliciosas antes do banho de banheira do neném, mais um dos momentos que passa ligeiro, aí já é hora do soninho noturno. Agora corre pra ajeitar as coisas da casa, jantar (comer algo) e sentar no sofá por meia hora, pensando em como o tempo não foi suficiente, ou como você foi insuficiente perante o tempo.
Pois bem, decidida estou a me desligar dessa crise existencial coletiva. O tempo será tempo suficiente de agora em diante, seja lá o que eu conseguir fazer. As risadas ao anoitecer serão suficientemente aproveitadas, duradouras embora o relógio indique o contrário.
Pois, se pagamos tudo com nosso tempo de vida, o meu tempo será devidamente valioso. Vou reconhecer a preciosidade dos segundos, a naturalidade do que ainda há por fazer, a inconstância que vem com o inesperado.
Haverá vida nos anos vividos, amor nos minutos contados, aprendizado nos segundos acumulados. Se tempo é moeda de troca, a cotação será alta!