Recentemente estava em uma festa de aniversário, sentada em uma mesa ao lado de onde os “homi” contavam causos e piadas. Eu, claro, estava com os ouvidos afiados, pois, dar boas risadas é sempre uma ótima pedida (tirando uma e outra piada demasiadamente destinada ao público masculino, o restante se desenrolava de forma bastante divertida).
Lá pelas tantas, me distraí e comecei a mexer no maldito celular. Segundos depois, ouvi: só escuta essa aqui, SENHORA! Confesso que nos primeiros instantes não reagi ao pedido, simplesmente por achar que tinha sido dirigido a outra pessoa. Quando ergui o olhar, encontrei uma pessoa muito animada para contar mais um causo, provavelmente porque eu estava dando risada de todos. Acho que minha expressão de “quem, eu?” o assustou um tantinho.
Culpa do choque de realidade, sabe! Claro, já fui chamada de senhora outra vezes, mas essa é a primeira em que o tratamento veio de uma pessoa mais velha. Pensa só, quando um adolescente de 14 anos te considera uma senhora aos 33, faz sentido! Calcula a percepção dele, são muitos anos de lá até aqui. Agora, quando alguém de 60 te chama assim, é um ponto sem volta.
Passei o resto da festa pensando: senhora? Aí fiz o quê? Programa de senhora, claro. Comi bolo e tomei café (se for dirigir, não beba) a noite toda. E “tava” bom, viu! Comecei a pensar em balada, salto alto, música alta e… Deus me livre! O dilema se desfez em meu interior, acho que realmente me tornei, confortavelmente, uma JOVEM senhora.