É na madrugada, quando o mundo todo está quieto e há apenas um serzinho dormindo de boquinha aberta, recostado no meu ombro, que tudo parece ganhar um ritmo diferente. Lento, silencioso, grandioso.
Geralmente são nesses preciosos minutos que meu cérebro analisa tudo e todas as coisas. Sinto medo por conta do mundo que ele terá que enfrentar, encontro alegria nas pequenas evoluções diárias, penso na pessoa que era e em quem me tornei, e em meio a esse caos, também encontro paz.
Há algo de mágico em ser o porto seguro de alguém, em acalmar tudo com a simples frase “a mãe tá aqui”, em ninar uma parte de nosso coração que mora fora do peito.
O sono, é claro, não deixa de ser um companheiro inseparável das mães, não podemos ser hipócritas. Ainda assim, consigo enxergar a beleza, a raridade e o presente dos quais disfruto naquele instante.
Para completar, converso com Deus e com Nossa Senhora, faço minhas orações, peço proteção para aqueles a quem amo e, quando o relógio avisa que já se passaram os minutos necessários, eu ainda roubo mais uns instantes para mim… para sentir aquela pessoinha que daqui a alguns anos não vai querer me dar um beijo na frente dos coleguinhas (hehehe).
Aí, quando o sono me vence, é chegada a hora de devolver meu pequeno para o berço, me aconchegar na cama perto de onde ele está dormindo e sonhar com um mundo melhor, sonhar com tudo e todas as coisas.