Pedi ao tempo para ir devagar, estava lutando com as várias versões de mim que se digladiam há um longo tempo. Eu quis parar, analisar, escolher qual tomaria o posto principal e quais seguiriam como secundárias. Mas o tempo disse “não”!
Só para contrapor, o tic-tac do relógio parecia soar cada vez mais veloz, sem piedade, sem carisma, sem o mínimo de compreensão.
Os dias corriam ligeiros, as noites eram engolidas pelo raiar do dia e nada, nada do tempo colaborar. Eu fiquei, ele correu. Tentei acompanhar, ele andou mais depressa. O que há com tempo? O que há comigo?
Me pergunto qual de minhas versões será mais teimosa e obstinada para atravessar a correria e se colocar em plenas condições de voltar a viver longas tardes chuvosas ou intermináveis dias de sol.
Quem de mim conseguirá presenciar a vida, independente do tempo? Ô tempo, vá devagar rapaz! Mas se não puder, tudo bem… de toda forma estou chegando!