A cada dia me irrita mais e mais o costume das pessoas de só largarem o mundo digital no momento em que dormem. Não falo para abolirmos as redes sociais, aplicativos de mensagens ou jogos de nossas vidas. Mas, sim, remediarmos, quanto antes melhor, a tremenda falta de educação de assistir vídeos e responder mensagem durante reuniões sociais, jantares, cafés ou almoços.
Se for para cada um ficar no celular, para que o esforço de encontrar-se pessoalmente? Mandasse uma mensagem então, não é? Poupa tempo, não gasta a paciência e, ainda mais, economiza dinheiro.
Checo minhas redes sociais, respondo mensagens, curto postagens, não jogo nada digital (nunca gostei, tirando “Super Mario Bros” lá na infância), mas quando converso pessoalmente com alguém, minha atenção está voltada a isso. É questão de educação mesmo.
É claro que esse luxo muitas vezes não pode ser estendido ao campo profissional, pois há profissões que precisam estar ligadas para fornecer respostas instantâneas. Agora, no campo pessoal, é uma pena termos perdido a capacidade de dar importância para quem está ao nosso lado, na nossa frente. Temos optado pelos rostos daqueles a quem não conhecemos, e que nunca terão a menor noção de nossa existência. Para esses, representamos apenas um número, uma curtida, “um seguidor”.
Quando estou em um ambiente em que todos estão com seus celulares na mão e no qual o único momento de integração é “vamos bater uma foto pro insta?”, sinto ter nascido no “tempo”, na era errada.
