Dias atrás estava de muito mau humor, daquele tipo que nem eu mesma não me aguentava. Comecei a me questionar sobre o que tinha mudado no meu jeito de viver (além de me tornar gestante, claro). Era óbvio que algo estava faltando, mas exatamente o quê, não tinha ideia.
Lá pelas tantas, lembrei que havia deixado de lado o hábito de ouvir música, assim como aquele de me permitir um tempinho semanal sozinha, trancada no quarto ao som dos meu artistas favoritos. Ou seja, apenas com um belo rock tocando de fundo, ou não tão de fundo.
Tenho a teoria de que manter a música mais alta que os pensamentos é terapêutico. Faço aqui uma observação importante, nesses momentos: use fones de ouvido. Ninguém é obrigado a gostar da mesma música que você, ou ser atrapalhado pelo som alto, ou ter o descanso interrompido pelo seu tum, tum, tum (eu sei que você me entendeu).
Dito isso, voltamos à parte terapêutica. Para algumas pessoas, esse papel vem do exercício físico, para outras, comer um chocolate dá conta do trabalho, para mim é música, mergulhar no ritmo, ouvir a letra com atenção, criar a imagem na minha mente. É assim que relaxo, é assim que sempre relaxei, mas, por incrível que pareça, havia esquecido do meu mecanismo de recarga mental.
Recobrada a consciência, de agora em diante, fones pra quê te quero!