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Girar os polegares com as mãos apoiadas na pança é relaxante. Né pai?

Torcer para o Santos (“Santos sempre Santos. Dentro ou fora do alçapão. Jogue o que jogar. És o leão do mar. Salve o nosso campeão”), gostar de esportes, perder totalmente a conexão com a realidade quando estou assistindo, blasfemar em italiano e, para minha própria surpresa, apoiar as mãos sobre a pança com os dedos entrelaçados para ficar girando os polegares em volta um do outro por longos períodos de tempo.

Lembro-me de ser criança e observar meu pai fazendo isso enquanto me questionava o motivo. Quando me peguei fazendo o mesmo, já na vida adulta, percebi que não há razão definitiva para tal, é apenas relaxante, introspectivo e maravilhosamente displicente.

Talvez esses sejam os trejeitos mais característicos que compartilhamos. O restante é ensinamento, sentimento e exemplo. Porque com todas as vezes que ele acordou de madrugada para ir me buscar numa festa eu entendi que jamais estaria sozinha em minha vida, ele sempre estaria lá. Eu nunca precisaria entrar no carro com alguém bêbado, eu nunca precisaria pegar uma carona indesejada. Eu nunca precisaria ficar aonde não me sinto bem. Eu tinha pra quem ligar, eu tinha quem viria ao meu encontro não importasse o lugar, muito menos a hora.

Quando bati o carro pouco tempo depois de começar a dirigir (não freei a tempo e colidi na traseira do carro que seguia na frente. Estava devagar, então o dele nem estragou, mas o meu, quer dizer, do pai… Vixe Maria), ele disse: “machucou? Então tá bom, não tem problema nenhum, isso pode acontecer quando se dirige”. Aprendi que erros são lições, e a forma com que as pessoas ao nosso redor reagem às nossas falhas podem nos levar para cima ou empurrar para baixo.

Quando ele estava lá (junto com a minha mãe) nos jogos de futebol ou nas apresentações do coral e era para eles quem eu jogava ou cantava, não importando mais ninguém, aprendi que nada substitui a presença e muito menos a dedicação.

E assim, nessas e em outras situações, aprendi como se deve proteger quem se ama. Aprendi o que aceitar e o que sequer tolerar de uma pessoa. Na relação dele com minha mãe, aprendi que defeitos são inevitáveis, choque de pensamentos também, mas que o respeito, a compreensão e o perdão são escolhas. E que é delas que o amor nasce, se renova e se fortalece a cada dia.

Agora, girar os polegares com os demais dedos entrelaçados e as mãos apoiadas na pança é muito relaxante. Sério! Obrigada por essa herança pai. Obrigada por tudo!

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