As pessoas costumam reclamar das diferenças evidentes entre as gerações, aposto que você também já soltou em algum momento: “hoje em dia é tudo fácil, vocês reclamam de barriga cheia”; ou então: “isso aí não é música, na minha época não tinha essa baixaria”; e não nos esqueçamos da clássica: “essa geração está perdida”.
Estou inclusa entre essas pessoas, mas recentemente tenho mudado bastante de opinião. A verdade é que a geração mais recente paga o “pato” de ser julgada por suas antecessoras. Segundo os mais velhos, os jovens sempre estão perdidos, suas músicas são ruins, as gírias sem sentido e as dificuldades inexistentes.
O fato é que cada época tem suas características, provações, injustiças e formas de expressão. E vamos lá, essas diferenças é o que tornam a convivência divertida. Ao invés de nos afastarmos, que tal aprendermos uns com os outros, e de quebra nos divertirmos com isso. Cabe aos mais velhos essa abertura.
É óbvio que os mais experientes sabem mais da vida, conhecem armadilhas e caminhos… basta encontrar uma maneira de passar isso adiante sem menosprezar o que a “garotada” de hoje está vivenciando.
Agora, vamos lá, tem sim algo que lamento profundamente na atual geração! O uso excessivo de telas. Nós também fomos prejudicados por uma tela, a da TV. Que também nos viciava e impedia de viver experiências reais. Mas a TV não ia conosco para o parque, não estava na nossa mão durante o jantar no restaurante, não comparecia à praia. O celular sim.
Então, lamentavelmente, o avanço da tecnologia que abriu um mundo de possibilidades também trouxe consequências ruins.
Fora isso, acho divertidíssimo me sentir velha ao conversar com crianças e adolescentes. A expressão deles de incredulidade ao reagir as minhas considerações é maravilhosa. O jeitinho deles de nos mostrar o quanto não entendemos de tecnologias e do que está “na moda” é bem desafiador para a autoestima de qualquer um, mas se não pudermos responder a isso de forma saudável, não aprendemos nada ao longo da vida.
Deixe-os em paz, ensinem o que puderem, orientem, mas não queiram que sejam cópias… as gerações mudam, você também chegou ao ponto de achar que sabia mais que seus pais, também achou “conversa de velho” algo chato e também quis revolucionar o mundo. Agora é a vez deles!