A insônia a pegou no meio da madrugada, remexendo para cá e para lá, não conseguia retomar o tão almejado e necessário descanso. Pouco depois apareceu mais uma companhia indesejada: a fome. No entanto, estava tão, mas tão frio, que deixar para trás a coberta quentinha para ir até a cozinha parecia um desafio grande demais para ser enfrentado com dignidade.
Meia hora mais tarde, a fome venceu a batalha contra a preguiça. Levantou e, tateando pela escuridão, tentou achar o casaco pendurado no canto do quarto. Foi quando a voz tão familiar e acolhedora irrompeu na escuridão: “está tudo bem?”. “Tudo sim, só não consigo mais pegar no sono e tô com fome”. “Deita, eu preparo algo pra você comer”.
A conversa era sobre insônia e fome, o que ela ouviu dentro do coração foi: “eu te amo”. Terminado o lanche da madrugada embebido em carinho, restaurou a saciedade do estômago e da alma. 15 minutos depois estava dormindo.
Parafraseando Legião Urbana: “E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?”