Querido leitor, com tristeza em meu coração, sinto a obrigação de compartilhar com vocês que minha experiência de interação entre um filhote felino (vulgo Loki) e dois adultos caninos (vulgos Thor e Belinha) fracassou sumariamente.
Se você acompanhou a primeira coluna escrita por mim sobre o assunto vai entender melhor minha frustação. Não estava em jogo apenas a alegria em ter um novo integrante na família, mas também o anseio em medir a capacidade de adaptação entre as variadas espécies, tanto no que tange os animais quanto os seres humanos (sei que seres humanos são uma espécie única, a contradição é proposital). No segundo caso, meu objetivo era provar que se rottweilers adultos aceitam um gatinho na boa, os militantes políticos de cá e de lá poderiam se valer desse exemplo e parar de odiar os colegas de espécie simplesmente pela corrente de pensamento.
Mas, assim como lá em casa, em que os danados dos rottweilers possuíam tanto ódio pelo pobre bichano que chegavam a tremer, nas ruas e na terra sem dono chamada internet continuam as ofensas, xingamentos e falta de empatia do militante desse contra o militante daquele. Uma tristeza geral!
No caso dos animais, após muita pesquisa e questionamento aqueles que conheciam mais do assunto do que eu, a orientação foi a de que: se não acostumou de filhote, não tem muito jeito não! No caso dos seres humanos acho que seguimos pela mesma linha, nossa esperança são as crianças, porque a maioria dos crescidos já não possui a vontade de mudar e evoluir.
Espero que as próximas gerações tenham mais habilidade em compreender diferentes correntes de pensamento, expor ideias pautadas em argumentos e não em ofensas e, acima de tudo, ter empatia com o sofrimento do outro. De resto, sigo confiante de que o mundo ainda tem jeito, basta investir nos filhotes (humanos e animais).
O destino de Loki
Após os quase três ataques cardíacos por conta dos encontros desastrosos e que fugiam à supervisão, oportunizados pela porta de vidro da sala de estar, Loki mudou-se para terras italianas, em Ascurra, onde vive na casa dos meus sogros de forma livre e feliz. Está sendo tão paparicado que já apresenta uma barriguinha saliente e virou um adolescente hiperativo. Pular, correr, morder, brincar com qualquer desavisado que mexe o dedo da mão e chantagear os humanos com a carinha de gatinho fofinho para ganhar petiscos resumem a rotinha dele.
O domínio em terras Waldostruckanas
Thor e Belinha recuperaram o sossego e continuam observando atentamente o movimento no Viradouro da Waldo Struck, agora com a tranquilidade de ter posto o intruso para fora de seus domínios. Quando Loki vem a passeio, o desgosto no coração dos injustiçados rottweilers reacende (como assim essa criatura tá de volta?). Mas tudo passa quando o felino embarca em direção a Ascurra.
Conclusão
Saudades do gato? Tenho! Tristeza pelo fracasso da experiência? Tenho também! A paz de espírito em saber que os três animais que escolhemos para cuidar, dar carinho e proteger estão bem? Sim, conquistei! A reflexão sobre as semelhanças entre o mundo animal e o humano? Ah, esta ainda me assusta!