Recentemente adotei um filhote de gato, o nome é Loki, o ato foi resultado de uma surpresa feita por minha cunhada, que deu início a um grandioso desafio de convivência. Ocorre que tenho em casa dois cachorros da raça Rottweiler já adultos, Thor e Belinha (sim, com relação ao nome da fêmea, eu gostei da ironia na época). Nem preciso dizer que tudo virou um Deus nos acuda. Do lado de dentro Loki reina já muito feliz e adaptado. Do lado de fora a coisa não é bem assim. Os dois antigos moradores não desejam uma convivência pacífica com o novo inquilino e lá estou eu: acostuma um com o cheiro do outro, distribui carinho pra todo mundo, tenta daqui, mostra o gatinho dali e reza pra eles se aceitarem.
Enquanto tentava explicar para Thor e Belinha que o gatinho “não é de comer”, me veio à mente que ultimamente a militância política está tal qual a minha casa: sem o mínimo de senso para com o ser diferente de si. Talvez a gente deveria adotar os mesmos procedimentos, misturar os cheiros, mostrar um para o outro aos poucos, explicar que o outro “não é de odiar”. Que só porque ele carrega uma bandeira diferente não significa que são inimigos mortais e por aí vai.
A favor no caso dos seguidores de ícones políticos teríamos o fato de serem todos seres racionais, não guiados puramente pelo instinto. Quem sabe dá certo, é uma experiência válida, na minha concepção!
Quanto ao Loki, caso não seja inteiramente aceito pelos colegas caninos, já tem lugar garantido na casa (e no sofá) dos sogros. Inclusive já fez amizade com eles. Enfim, seguimos na luta, em ambos os casos.