Há mais de um ano estamos patinando em meio à lama que a pandemia jogou sobre o mundo. São perdas humanas daqui, perdas econômicas de lá, e uma guerra de ideologias que só atrapalha, nos fazendo atolar até a altura do quadril. Pois bem, nesse contexto, a vacina surge como a corda que pode nos puxar para fora do lamaçal. Para que isso ocorra, precisamos segurá-la bem firme até alcançarmos a terra seca embaixo de nossos pés e, então, recuperarmos o equilíbrio.
De nada adianta agarrar a corda e soltá-la no meio do caminho, dessa forma vamos continuar a chafurdar. A analogia serve para as mais de 44 mil pessoas que perderam o prazo para tomar a segunda dose da vacina CoronaVac em Santa Catarina (conforme dados do Ministério da Saúde). Já foi dito, “redito” e “tridito” que para oferecer a imunização completa é necessário tomar as duas doses da vacina com intervalo de 21 a 28 dias. Receber a primeira dose e deixar a outra pra lá é soltar a corda de salvação.
Dessas milhares de pessoas, certamente há as que não compareceram ao compromisso imunológico por motivos de força maior, mas não é possível que todas elas tenham enfrentado um desastre ou um compromisso inadiável que valesse pôr em risco a melhor forma de vencer a pandemia apresentada até agora.
Ou todos agarram a corda quando chegar a vez, ou continuaremos uns a afundar os outros. Saúde, economia e qualidade de vida nunca dependeram tanto das atitudes individuais quanto agora.