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Vinhos

As indicações geográfica do vinho brasileiro

Em um mercado globalizado e competitivo, não basta produzir vinhos. É preciso produzir vinhos que possam competir com diferencial de qualidade/tipicidade em cada faixa de produto e na relação custo/qualidade. O desafio atual das regiões vitícolas está não somente em produzir com qualidade para um consumidor cada vez mais exigente. Está igualmente em oferecer vinhos que se diferenciem, que tenham predicados qualitativos/tipicidades, que estejam identificados com as regiões de produção, sejam eles originários dos fatores naturais e/ou dos fatores humanos. Esta diferenciação das regiões, expressa nos seus produtos, é um elemento importante no estabelecimento de novos padrões de competitividade. Esta busca justifica hoje o interesse crescente pelos estudos de zoneamento vitivinícola.

Analisando os critérios de qualidade dos vinhos em diferentes países vitivinícolas, verifica-se que as referências geográficas das áreas de produção de uvas e vinhos são utilizadas para diferenciar os vinhos junto ao mercado consumidor. A noção de indicações geográficas (IG), por exemplo, aflorou e se consolidou de forma gradativa, quando produtores e consumidores passaram a perceber sabores ou qualidades peculiares em alguns produtos que provinham de determinados locais, e quando pessoas inidôneas buscaram se aproveitar desta reputação falsificando produtos em face de sua procedência.

A importância da regionalização, através das indicações geográficas está em direcionar o esforço para explorar o melhor potencial das regiões. Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo discutir a importância das indicações geográficas do vinho no Brasil e descrevê-las, com a finalidade de agregar valor a cada produto, bem como possibilitar a conquista de novos mercados e consumidores.

O surgimento das indicações geográficas caminha juntamente com a história da humanidade, que, por muito tempo, quando se referia a um produto, relacionava-o ao seu local de origem. Já na Bíblia são encontradas indicações de origem, como os vinhos de En-Gedi (Cânticos, I, 14) e o cedro do Líbano (Cânticos, III, 9, e Reis, V, 6). Existem relatos que remontam ao século IV a.C., na Grécia Antiga, os quais relacionam o produto com o local de produção, como os vinhos de Corinto, as amêndoas de Naxos, o mel da Sicília e o mármore de Paros, enquanto no Império Romano, sob o reinado de Augustus, eram conhecidas as tâmaras do Egito, o presunto de Gália, as ostras de Brindisi e o mármore de Carrara.

Iniciaremos nesta edição, uma série de publicações sobre as indicações geográficas brasileiras, conhecendo-as um pouco mais, realizando uma verdadeira imersão na viticultura brasileira. 

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