Dizem que pensar faz-nos sofrer. É possível, mas a imaginação – que é um pensamento especial – é a ponte mais direta para a felicidade. Na imaginação podemos ser tudo. Bom, não vamos longe, de há muito se diz que os “loucos” são felizes. Antes do advento do politicamente correto, se dizia que num pátio de hospício não há pobres nem infelizes, pelo contrário, no pátio do hospício você encontra Napoleão, Cleópatra, a rainha Vitória, o Pelé, você encontra celebridades, todas ali, no pátio do hospício, tomando banho de sol. Pode parecer piada, brincadeira ou até falta de respeito com os doentes mentais, nada disso. Doentes mentais não sofrem, não do modo como sofrem os saudáveis. A consciência dos “saudáveis” os faz perder o sono, ô, e nós bem sabemos disso…
Vim até aqui nem sei porque… – Ah, lembrei! É que há pouco passou um caminhão e me deixou uma frase, a frase estava pendurada no para-choque traseiro do grandão. Dizia assim: – “Os que acreditam no impossível são os mais felizes”. Um louco crê no impossível… E se dá bem. Os saudáveis acham tudo difícil, senão impossível, e ardem de frustrações, frustrações que lhes escancaram a porta para a depressão e todas as loucuras que passam pela mesma porta.
Crer no “impossível” é jogar uma energia de força inimaginável sobre o desejo. Claro que o desejo tem que estar na prateleira dos possíveis. E você pode objetar, ah, espere aí, Prates, se o desejo está na prateleira dos possíveis então não é um desejo impossível.
É isso, leitora, é um paradoxo. Vou dar exemplos baratos: – Um jovem pobre deseja fazer uma boa universidade, tornar-se um “doutor” e ganhar bom dinheiro na vida… Impossível? Impossível só para os vagabundos da vida. Um outro sujeito não tem onde cair morto, mas pensa um negócio e desse negócio quer tirar bons ganhos para uma vida farta e feliz… Impossível? Só se for um aleijado mental, de outro modo esse “impossível” de agora bem que se pode tornar uma realidade reluzente.
Mais um exemplo? Doenças. Pode ser a doença que for, há luz no fundo do túnel, há saídas, há cura, há esperança. Tudo é possível ao que crê, não é o que diz o Evangelho? E sem deixar de considerar a possibilidade do “milagre”, que é uma possibilidade humana resultante de processos que simplesmente nos são ignorados até agora. Um plano, um sonho, leitor? E vais ficar aí, parado, dizendo que é impossível? Olha que te digo…