Quanto custa?
Você sabe, claro que sabe, que a publicidade visa a criar desejos, “necessidades” nas pessoas. A partir do que é visto e ouvido, a pessoa passa a se avaliar, geralmente uma avaliação para menos. Disso resultam os desejos de ter, de possuir, de ser igual ou parecido aos que estão no andar de cima nos consumos. É isso, sem enroladas… Mas que fique claro, isso vem do início do mundo. Sempre foi assim, sempre olhamos para os lados para ver quem tem mais ou nos sentirmos faceiros observando a quem tem menos. O ser humano é imperfeito, apareceu sobre a Terra para criar casos.
Acabei de andar por uma respeitada zona comercial em Porto Alegre. Entrei numa loja para ver um relógio, “curiosidade”, achei-o interessante, um relógio de mulher. O preço era instigante, em torno de R$ 3.500. Quando cheguei “perto” do relógio, uma quase parada cardíaca, o “reloginho”, mimoso, delicado, típico feminino da elegância, custava, na verdade, 35 mil… Cruzes? Saí da loja desejando bons negócios à moça que me atendera.
Uma ou duas lojas adiante, outro relógio, esse de homem. Confesso que o relógio me chamou a atenção, mas não me fez bater os ponteiros do desejo, achei-o apenas diferente, um tanto diferente. Entrei, olhei, perguntei e quase saí batendo a cabeça numa estante por perto. O “reloginho” para homem custava R$ 41.000, trazia uma grife de uma escuderia de automóveis, famosíssima… Ah, esperem um pouco, aqueles relógios não marcam as horas diferentes dos relógios dos camelódromos… Não marcam. Mas por que tão caros? Por serem diferentes e fazerem “diferentes” as pessoas que os usam. E será que os relógios ou qualquer joia têm esse poder? Claro que não, o que nos “empodera” é a cabeça rica, essa sim, essa faz diferença, constrange pessoas, as coloca no devido lugar e eleva o “ricaço” dos neurônios. É por isso que vivo dizendo em salas de aula aos jovens que me ouvem em palestras que o “relógio” que os vai destacar é o das lições bem aprendidas, é o dos conhecimentos acumulados e bem usados. É o encantamento dos livros lidos e a ler… A pessoa pode andar com um bracelete da rainha e ser uma plebeia miserável, a cabeça é vazia e pobre. Aos livros, gurizada, aos livros e à “riqueza”. Estarão sempre no “horário”.
HORROR
Ouça este horror: – “Por que o número de grávidas com HIV não para de crescer no Brasil?”. É uma pandemia, diz o Ministério da Saúde. Por quê? Imagino que se a pessoa sabe que tem doença sexual grave e fica quieta na hora do intercurso é questão doentia de caráter. E os homens, sonsos, fazem sexo sem proteção. Colham. Em sexo não deve haver “confiança”. O que deve existir é segurança, com todos. Sem exceção.
OLHOS
Com olhos bem abertos é possível… O diacho é ter os olhos bem abertos. Há quem diga que a única comunicação entre pessoas que devemos confiar é a comunicação do comportamento… Mas insisto, é preciso olhos bem abertos, há quem faça bom teatro e engane os desatentos. O comportamento de fato nos informa sobre as pessoas, mas, insisto, olhos bem abertos, sempre. Até na cama…
FALTA DIZER
Avisar adianta? Só para os sensíveis, a maioria passa batida pelos avisos. Bombeiros e salva-vidas alertando para os perigos no mar, bandeiras de advertência vistas de longe, mas… Não tem adiantado, é aterrorizante o número de afogados, mortos neste verão. E fique claro, os rios e o mar não matam, estão na deles…