Pobrezinha nada
Pobrezinha nada, pobrezinha coisa nenhum. Não, não sou insensível, não gosto de sonsos, isso sim, de gente que passa ou passou pela vida, chegando à velhice, sem ter feito o que devia ter feito. E não aceito a história de não ter tido tempo, não ter tido condições, não ter tido sorte, essas balelas todas, para não dizer besteiras, de que muitos songa-mongas se valem para justificar suas vidas vazias.
Chega, já fui longe, vou contar a história, em resumo… Uma tevê flagrou uma senhora, não a quero chamar de velha, dormindo no chão da rodoviária de São Paulo. A repórter a olhou e achou interessante conversar com ela. E a reportagem foi mais que interessante, foi uma lição para os “pobrezinhos” da vida. Aliás, a meu juízo e consideração, só afrouxo a corda diante da doença das pessoas, aí o bicho pegou, aí a coversa é outra, fora disso, ferro.
A tal senhora da rodoviária de São Paulo dormira no chão para no outro dia, bem cedo, habilitar-se a uma passagem de ônibus, gratuita, para o Piaui… Muito longe, quase outro país. A passagem vale mais ou menos R$ 550,00 estava sendo disponibilizada pela Prefeitura, para poucos, tinham mesmo que dormir na rodoviária.
Ocorre que a tal senhora, flagrada dormindo no chão, contou que não tinha cabimento ela estar naquela situação, ela tinha formação superior, formara-se em Ciências Sociais, tinha pós-graduação e não sei mais ou que… Queixou-se da crise, do mercado e do governo, é claro. Espere aí, “senhora”, espere aí. Que conversa é essa de dizer-se com diploma superior e andar dormindo no chão? De quem a culpa senão sua, somente sua? Quantas pessoas nasceram no “lixo” e cresceram saudáveis para a vida, sem a ajuda de ninguém, quantas? E quantos rebotalhos humanos bem-nascidos andam por aí como latas de lixo humanas? É a pessoa que faz a sua vida, um diploma pode ser a cerejinha do bolo da vida, mas quem a coloca no bolo é a pessoa… A pessoa com destemor, fé, foco, objetivos na vida, não fica pela estrada, não dorme em rodoviárias, muitos menos com diploma na gaveta.
Não tive pena da “mendiga” diplomada, tive um certo nojo, desprezo. Pobrezinha nada, ah, e vai ver se não soube fazer filhos na vida, vá. Mas sobre isso ela não falou… Pobrezinha nada.
VIDENTE
Os “espertos” só prosperam porque há legiões de otários por aí, maioria estonteante… Liguei a tevê e dei de cara com um vidente, horoscopista, o cara sabia de tudo, fazia prognósticos para 2020. Certa altura ele anunciou – Dicas para termos um bom 2020. Ah, brincadeira, por certo. A dica é única: trabalhar duro e com qualidade, ser honesto, evitar promiscuidades de todo tipo, dormir cedo e comer frugalmente… Por aí. O mais é almoço grátis, só para mendigos.
PROVÉRBIO
Vou repassar agora um provérbio idish, judaico, fará mais leve a vida dos pais e profícua a vida pessoal e estudantil dos jovens filhos. Lá vai: – “Gritar não adianta, mas uma vara ajuda”. Aliás, isso está na Bíblia, quase igual. É a minha pedagogia. Funciona que é uma beleza. Aliás, quem “educa” não vai precisar da vara…
FALTA DIZER
Não me fiz promessas de Ano Novo, seriam muito pesadas, dariam muito trabalho e haveria muitas coisas para mudar, além disso, nunca cumpri as promessas que me fiz. Aprendi que não se faz promessas, age-se. E foi aí que o bicho me pegou…
