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Opinião

Uma banana

O vídeo me abalou. Singelo, curto, mas absolutamente natural, vi-o na internet. Felicidade natural, coisa rara, raríssima no mundo estéril em que vivemos. Foi assim:

Uma amiga ajeitou o celular e me disse, – “Olha esta”! Olhei. Eram imagens de uma menina, carinha de anjo, não mais que dois anos, não mais. Sentadinha e recebendo um presente. Um presente bem embalado, coisa fina. A garotinha visivelmente num frenesi de felicidade e curiosidade começou a abrir o pequeno pacote. Difícil. Ela insistia e finalmente abriu o pacote. A felicidade da menina foi natural, ninguém consegue treinar uma criança para fazer aquela carinha nem dar os gritinhos de felicidade que ela deu. Sabes o que era o presente, leitora? Não mais, não menos que uma banana. Isso mesmo, uma banana. A criança ficou fora de si de tanta felicidade. Ato contínuo, a mãe descascou a banana e deu à guriazinha, estou ouvindo daqui os estalinhos da boquinha dela. Que felicidade. Tudo natural, espontâneo, infantil.

Quem de nós quando ganha “uma banana” fica feliz? Entre nós dar uma banana é ofender, é fazer uma desfeita, isso sim. Claro que os valores de uma criança de dois anos são diferentes dos nossos, mas… São diferentes para pior, nós perdemos feio nessa lutinha da vida.

Ontem estive lendo sobre os três homens mais ricos do mundo, fixei-me em Bill Gates, o fundador da Microsoft, que estava em terceiro e voltou a ser o segundo, perdendo apenas para Jeff Bezo, da Amazon. Gates tem 109 “bilhões” de dólares, perde para o líder pela minguada soma de 500 milhões de dólares…

Um sujeito com 109 bilhões de dólares se passar o dia todo rasgando notas de 100 dólares vai morrer de velho sem acabar com o dinheiro. Para que tudo isso? Será que uma “banana” não faria Gates feliz? Sim, porque ele já comprou até o mausoléu onde vai ser sepultado, pode uma insanidade dessas? Uma criança ganha uma banana e fica feliz, um adulto pode ganhar um trono real e chorar solidão, depressão e vitimização da vida…

Nosso grande mal é “crescer”. Quando crescemos deixamos de ser… E sem o “ser” nenhum crescimento é mais que uma casca de banana. Para ser e, aí sim, crescer, a criança dentro de nós tem que continuar mandando. E aí seremos felizes com uma banana. Nunca…

GENTE 

Pessoas num cafezinho no Shopping Beira-Mar, Florianópolis. Conversa vai, conversa vem, um dos do povo se apresentou dizendo-se motorista de Uber. Interessei-me. Fiz perguntas e ouvi a certa altura que – “Ah, Prates, de 10 pessoas que eu levo, sete não prestam, não valem nada”! O diacho é que todos os que andam por aí se colocam entre os que prestam. Pessoas-lixo é o que mais temos por todos os cantos. Lixos.

PERU 

Ela é famosa e faz televisão. Dia destes, ela criticou o hábito de pessoas comerem peru no fim de ano. A apresentadora criticou a “tradição” de alguém celebrar alguma coisa matando animais indefesos. Um boçal a redarguiu: – “Queres que o povo passe fome, é isso”? Só um boçal para dizer isso, como se perus combatessem a fome dos famintos…

FALTA DIZER 

Esta semana, morreu Zilda Cardoso, 83 anos, que fazia a Dona Catifunda na Escolinha do Professor Raimundo. Vi imagens do velório dela. Nenhuma pessoa em torno do caixão, na primeira foto. E na segunda, seis homens. Só. E se ela tivesse sido uma grande CEO da televisão? Haveria multidões pelas calçadas. Nojo dos hipócritas.

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