Vai e volta
Os povos milenares tinham razão. Não tendo muito o que fazer, não eram “ocupados” como nós, tinham tempo de observar, inferir e concluir. E não erraram. Disseram, por exemplo, que o que é já foi, e o que foi será… Que não há nada de novo abaixo do sol. Lacraram.
Claro que um dia haverá o capítulo final, não sei como, mas imagino que um asteroide frustrado, não tendo o que fazer, virá bater à porta da Terra. Pronto, aí estará o fantasioso Juízo Final realizado por uma imensa pedra sem rumo… Enquanto isso, todavia, vamos nos virando por aqui com as idas e vindas das “novidades”. E tenho diante dos olhos uma prova de que de fato o que é já foi, e o que foi será…
Faz tempo, bote tempo nisso, que li e comentei numa página, numa das minhas tantas páginas da vida, sobre um dado da crendice humana. Bem que pode ser mera superstição. Pois essa velha/novidade voltou. Chegou-me na seguinte embalagem manchete: – “13 plantas que afastam o mau olhado e trazem prosperidade”. Endiabrado capeta, como pode? Como pessoas chegam a imaginar que plantas nos podem livrar da inveja alheia e, melhor que tudo, nos fazer ricos sem esforços? Sim, imagino que com uma dessas plantas serei próspero, e a ideia que tenho de prosperidade é ideia de sucesso, muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender… Como diz a canção.
A inveja nasceu conosco. Ninguém escapa. E que fique claro, só para lembrar, só invejamos quem imaginamos ombro a ombro conosco. Ninguém daqui inveja o Papa ou a rainha da Inglaterra, claro que não… Mas ai da vizinha ou do vizinho que troque de carro ou ganhe na MegaSena… Inveja é a vela do nosso bolo da vida, não adianta espernear e dizer que comigo é diferente, que não invejo ninguém. Bolas, então, não nasceu. Mas o que me incomoda nessas crenças vãs é a patologia humana de acreditar em olho gordo ou na força (destruidora) da inveja alheia. A inveja faz mal sim, a inveja destrói… Destrói o invejoso, só os ingênuos não sabem disso, haja vista, que os assírios já diziam que a inveja seca os ossos. Do invejoso, óbvio.
Dito isso, acolhamos as plantinhas, como plantinhas, jamais como xerifes a nos afastar do mal. Pobrezinhas, tão indefesas.
MOTIVO
Foi semana passada. Fico a pensar e me perturbo. Mais um suicídio. Ele tinha 60 anos, famoso do cinema americano, imagino que com bom dinheiro no banco. Morreu de overdose. Por que, diachos, tantas e tantas pessoas estão nessa de consumir drogas? Sim, sei, angústias, desesperos, mas veja bem, o cara era “jovem, rico e famoso”. O que mais? Ora, o que o dinheiro e a fama não nos dão: paz, felicidade. Pobres e felizes? Não, a maioria não aceita. Então…
MOMENTOS
Quando um sujeito não tem assunto, quanto não se garante numa roda de conversas, tenta ser “bem-humorado”, diz bobagens para os outros rirem e assim se torna “notado”. Coisa típica dos vazios. E nas redes sociais as vulgaridades nunca estiveram tão em alta. Quase a totalidade do que anda por aí, nulidades puras. É só observar as posturas, as fotos e os conteúdos das postagens. Pronto, desnudam-se. Melhor é ignorá-los e tomar um vento.
FALTA DIZER
Razões por que pessoas infelizes no casamento mantêm o vínculo? Bem objetivas: dinheiro, medo de ficar sozinhas, preocupação com os filhos e ainda a simples falta de ânimo para tomar as iniciativas do rompimento. Vão morrer de velhas gemendo infelicidade? Decidiram assim…