Socorro
A manchete dizia tudo em si mesma: – “Menos tecnologia e mais natureza”. Quem está a pedir esse socorro são médicos pediatras gaúchos. Mas eles não estão sós, pedagogos, psicólogos e professores estão nessa. O que está acontecendo? O que todos sabem, as crianças estão saindo do ventre materno com um celular na palma da mão ou algum desses “modernos” objetos de tecnologias criados, visivelmente, para distrair e “ocupar” as crianças. E, em as entretendo, dar folga aos pais… Muitos pais não querem ver os danos à saúde mental e física das crianças, jovens, adolescente e mesmo deles, adultos, que ficam horas e horas por dia perdendo tempo com essas estultas distrações do nada. Danos físicos e psíquicos. Mas os pais não querem ver. Claro que eles veem, o que eles não querem é cuidar, educar e estar com os filhos. Os pediatras recebem casos e casos de aparentes transtornos clínicos/mentais quando, na verdade, os problemas vêm das danações da mente causadas por esses objetos das chamadas tecnologias…
Criança tem que subir em árvore, correr atrás de um cachorro, brincar com bolas, respirar ar puro, brincar de pega-pega com os amiguinhos, criar brinquedos de madeira, de papelão, com cola e tesoura, movimentar-se, enfim, como bichos de movimentos que somos. Mas não, as crianças hoje ficam o dia todo absorvidas por tecnologias inúteis, ficam paradas, paradas entortando corpo e mente. E se alguém vier com a conversa trôpega de que morando em apartamento não há espaço para a “natureza” e ar livre devia ter pensando nisso antes de fazer os filhos. Planejamento familiar é indispensável, mas, sei bem, é coisa para quem tem algum espaço para o cérebro na cabeça. Ficar o tempo todo culpando prefeitos e escolas não elimina a responsabilidade de quem vai fazer um filho. Tudo tem que ser pensando antes, bem antes. Depois ficar dizendo que não há creches ou que não há vagas ou que no prédio não há espaço para jogos ou folguedos das crianças não elimina a responsabilidade dos pais. Dos pais, eu disse, não dos que “biologicamente” fazem filhos. Filhos devem ser feitos com o coração e com o cérebro da responsabilidade. Fora disso, pobres crianças. Essas crianças são as proverbiais órfãs de pais vivos, o que mais há. A criança chorou? Dá um joguinho eletrônico para ela ou, bem melhor, um celular… Não é assim, papais?
PASSADO
Num passado não muito remoto, as crianças eram bem mais felizes que as de hoje. Entravam na escola aos sete anos (a idade da razão pela Igreja Católica), não havia pré-escola, creches, nada das inquietações de hoje, o pai para lá, a mãe para cá. As crianças viviam até ao primeiro ano do “primário”, sete anos, com suas famílias e brincando. Agora, as pobrezinhas desde os primeiros meses de vida já estão “asiladas” em creches e pré-escolas. Danações puras.
HOJE
Não adianta pessoas dizerem que hoje o mundo é outro, diferente do passado. Sim, em muitas coisas, não na biologia humana. Crianças têm que subir em árvores enquanto crianças, não um veterano de 80 anos… Cada macaco no seu galho, cada época da vida tem que ser vivida na época. Não é o que vemos. Crianças são feitas adultas e “veteranos” querendo ser jovens. Tudo errado.
FALTA DIZER
Na Bíblia, lê-se: “Tempo de semear e tempo de colher”. O que significa isso? Que temos que viver a nossa idade, o nosso tempo, sem vínculos inúteis com o passado nem fantasias sobre um futuro inexistente… A maioria quer colher sem ter semeado. É que semear, trabalhar, cansa…