Vidas amarelas
Todos damos voltas no quarteirão para não admitir nossas verdades desagradáveis. Ninguém escapa, são barras pesadas, pessoais, pessoalíssimas. Muitas das nossas encrencas, todavia, reprimimos, as empurramos para os porões da mente subconsciente, melhor é não vê-las. Só que ao reprimir um incômodo nós não nos damos conta (mais por ignorância que por outras razões) de que o que é reprimido, empurrado para fora da consciência, fica em efervescência na nossa vida emocional subconsciente, sem que saibamos de onde vêm os nossos males. Para deixar mais claro…
Uma pergunta, leitora. Sim, ao leitor também: – Se você tivesse que escolher uma área para ser feliz, escolheria a área do trabalho ou a do casamento, a do amor, segundo os ingênuos? Os ingênuos talvez pensem que a maioria vai gritar pelo casamento, pelo “amor”. Não é, todavia, o que se vê pelas esquinas.
Deixe-me ser mais claro. O mês de setembro já vai longe, mas deixou lembranças. Foi o setembro amarelo. Amarelo, a cor da atenção, de abrirmos os olhos, haja vista a cor amarela nos semáforos… Em setembro as pessoas discutiram mais intensamente o suicídio. Há muitos suicídios por todos os lugares. Não sabemos mais sobre eles porque a hipócrita imprensa silencia as notícias sobre suicídio argumentando, insisto, hipocritamente, que ao noticiar incentivariam os potenciais suicidas. Engraçado, mas não fazem isso com os feminícios, esses sim incentivam os machos impotentes e covardes.
Voltando às discussões de setembro, os jovens estão se matando como nunca antes. Várias razões, mas… A principal é a orfandade com pais vivos. Pais na aparência, casais, isso sim, que vivem juntos, mas que não se amam, silenciosamente se odeiam… E os filhos veem isso, veem com os olhos arregalados do silencioso desespero. Já comentei aqui várias vezes que em torno de 80% dos brasileiros não gostam do trabalho que realizam, trabalham só pelo salário. São os frouxos da vida. Essa gente tem liberdade para fazer o de que gosta, com aplicação e competência, mas são frouxos, desidiosos, pífios mesmo. Não gostam do trabalho, mas casam, fazem filhos, não os educam, não os amam, mentem sobre esse amor e… Depois se queixam dos filhos drogados, relapsos, desesperado pelo desamor dos pais e suicidas potenciais. Muito simples. Mais de 90% dos casais apenas vivem juntos… Amor? Fora de casa… Pobres crianças e adolescentes, a vida lhes está no amarelo…
EXEMPLOS
Era uma orquestra sinfônica, acabei de vê-la num programa de tevê. Homens de paletó e gravata e mulheres decorosamente vestidas, bem diferentes dos ditos sertanejos, molambentos que vão para a tevê como se estivessem em casa, sujos. Exceção? Não conheço… Vendo os músicos clássicos, disciplinados, austeros no vestir-se, pensei: não acredito que qualquer um deles possa praticar o mal. Não acredito. Seria incompatível com tanta disciplina e devoção. Aplausos sinfônicos para eles.
COLEIRAS
Encaminha-se para aprovação lei que proíbe entre nós a venda de coleiras que dão choques quando o cão late. Ou usadas, as coleiras, para adestramento de cachorros, pelas mais diversas razões. Eu queria na “minha” delegacia um desses boçais que colocam coleiras que dão choque no cachorro quando ele late. O latido é a fala do cão. De fato, há muita gente que não devia ter nascido…
FALTA DIZER
Não tolero publicidade disfarçada em notícia. Acabo de ver uma reportagem (publicidade) dizendo que – “Procura por intercâmbio continua em alta”. Admitindo que fosse verdade, o que é que os pacóvios querem estudar lá fora que não tenhamos bem melhor aqui no Brasil? Falsos espertos, sei bem o que vocês querem lá fora, longe dos olhos! Sei bem.
