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Opinião

Três vovós

Faz décadas que não sei o que é almoçar ao meio-dia. Nem nos fins de semana, nem… Almoço para mim é por volta das 15h30m ou quatro horas, quase janta. E meu almoço é acompanhado de uma tevê ligada. Incondicional. Ligada e girando pelos canais, onde houver algo que me prenda, estarei preso. Foi o que mais uma vez aconteceu ontem.

Girando pelos canais, parei num deles, num desses com programas de entrevistas e conversas moles. Bem interessante. A entrevistadora, Regina (não lhe sei o sobrenome), lindíssima para os meus olhos, entrevistava três vovós, isso mesmo, três vovós. E as vovós eram entrevistadas como “arteiras”, sapecas, como se dizia no passado. Sapeca, é claro, no bom sentido. Todas blogueiras, “modernas”.

A mais idosa das vovós tinha 90 anos, a outra 80 e a mais jovem quase 80. Iniciada a conversa, uma delas, perguntada se acreditava em amor à primeira vista, respondeu que não, disse que acreditava em “tesão” à primeira vista. Gostei e não gostei da resposta. Ela tinha razão, não existe amor à primeira vista, o que existe é o que ela disse, mas… Não gosto de idosos “avançados” na linguagem, não lhes fica bem. Aliás, não fica bem para ninguém.

Mais adiante, perguntadas sobre se casariam de novo, todas já tinham sido casadas, em uníssono, disseram que não, que Deus as livrasse disso. E uma foi mais enfática: – “Horrível levar para casa um velho cheio de hábitos, chato”! Concordei com ela. Ter um parceiro, todas concordaram, ok, mas cada um na sua casa. Não inovam. Há muitos jovens hoje fazendo isso, um lá, outro cá…

Uma das vovós, certa altura do programa, falou dos ex-maridos e riu quando lembrou-se da morte de um deles, dizendo-se sem culpa. Não gostei do riso. – “Ah, Prates, mas já fazia tempo desse luto…”. Não interessa, é desrespeitoso e não existe tempo no luto.

Muito espirituosas as vovós… Todas visivelmente vaidosas, se achando… Aí fiquei pensando: – E os babacas dos homens? Você nunca os vê numa televisão fazendo parecido, nunca. Ou os tansos já “se foram” ou estão em casa trocando o pijama… Bem provável. Os homens, aliás, não suportam esse viver sozinho de que são muito capazes as mulheres, capazes e felizes, mais das vezes. Já os homens precisam sempre e sempre de uma mamãe para cuidar deles. Tchau, vovós!

DISTÂNCIA 

Ouça esta manchete: – “Ensino a distância triplica e presencial tem menos calouros em sete anos”. Quem diz isso é o Censo de Educação Superior. Dou força. Aliás, Direito, Jornalismo, Administração, Economia e quase tudo o mais não exige presença em sala de aula. Medicina, Engenharia, Odontologia, Veterinária, esses têm que ser presenciais e puxados. O mais não, o mais é “filosofia”.

CRENÇAS 

O ser humano vive em desespero. Sem exceção. Claro, os que se desligaram da tomada da vida não estão nem aí, mas são casos especiais. Os demais, tantos os teístas quanto os ateístas, vivem sobre o alicerce da dúvida. Os que dizem crer em Deus, duvidam. E as dúvidas lhes são vistas nos comportamentos. Já os ateístas negam, e por que negam? Porque não tem certeza de nada, quem não tem certeza tem dúvidas. Logo… Um crente, crente, é tão raro quanto um dinossauro na missa das oito…

FALTA DIZER 

Essa geração universitária que anda por aí pode até ser muito boa em tecnologias e digitais, mas é só. Como administradores são desqualificados, sem emocional nem qualquer habilidade em execução e liderança. Novidade? Nenhuma.

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