Antissocial
Já perdi a conta das vezes em que, em família, me chamaram de antissocial. Tudo como resultado do meu mutismo em muitas dessas reuniões em que as pessoas ficam esvoaçando sobre assuntos de dar sono, vulgaridades de seus cotidianos sem sal… – Francamente!
– Bom, mas te ouvindo falar, Prates, parece que é isso mesmo, as pessoas têm razão, esse mutismo num encontro entre amigos é falta de educação!
– Pode ser, leitora, pode ser, mas como não cochilar com as conversas que andam por aí? Mas ontem, casualmente, um companheiro não me deixou cair no sono, fez-me uma observação provocativa, foi num encontro rápido, entre um café e outro, num shopping de Florianópolis. E olhe que eu estava com pressa. Mas os amigos provocaram. Foi-me impossível cochilar.
Um desses amigos, me cutucando, disse que eu exagero quando digo que os pensamentos humanos são a nossa vida, têm todos os poderes. E não têm? Não sei se esse meu amigo me está “ouvindo” agora. Se estiver, é bom que preste atenção. Dê uma olhada em redor. Tudo o que for visto, fora da Natureza, resultou do pensamento de alguém. Tudo. Absolutamente tudo. Não existe obra sem um pensamento anterior que a viabilize. Ora, se os pensamentos criam a realidade material que nos serve de todos os modos, por que não criariam nossa felicidade, nossa saúde, nossa vida, enfim?
No dia em que assumirmos a responsabilidade por nossa vida, o que bem poucos o fazem, vamos ter uma vida melhor. E não há rota de escape, ou limpamos os pensamentos, ou acordamos para essa responsabilidade, ou vamos continuar procurando desculpas para nossas derrotas e vidinhas sem graça. Ontem passei por Balneário Camboriú e vi alguns prédios que se perdiam nas alturas, Santo Deus, como é que os obreiros da construção civil conseguiram erguer aqueles monumentos da arte da engenharia? Pensando. Um dia alguém pensou aqueles prédios, dos pensamentos às mangas arregaçadas, ao trabalho e à celebração da vitória. Vale para tudo na vida. E dessa verdade resulta a anulação de todas as fragilidades humanas, não posso isso, não posso aquilo, não tenho sorte, não tenho jeito, não tenho estudos, não tenho nada… Não tens mesmo. E não tens porque teus pensamentos são de derrota, fossem de vitória e poder tudo te seria possível, afinal, tudo é possível ao que “pensa” que pode. Assunto chato!
ELA
Ela estava num canal de televisão falando sobre a obra de uma escritora. Para o meu gosto, bonita. Certo momento, a moça revirou os olhos e disse que não encontrava palavras para falar da tal escritora. Não existe essa história de não encontrar palavras quando falamos sobre alguém. As palavras que não nos vêm aos lábios, num estado de aparente emoção, simplesmente não vêm porque não as temos na cabeça, é falta de competência, não é emoção. Sorry! Vale para todos.
ESTRELAS
Outra história de mulher. Num jornal de Porto Alegre reportagem de página inteira com uma curitibana de 37 anos, Marina Trevisan, astrônoma, especialista em estrelas e galáxias. Professora no Departamento de Astrofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Que beleza deve ser conversar com a Marina. Ela não vive na Terra. Admiração pelas diferentes e corajosas.
FALTA DIZER
Que nenhum imbecil invente de promover concurso de força para cavalos, aquela estupidez de um cavalo ter que puxar por vários metros um bloco de concreto de centenas de quilos. Esse tipo de “esporte” já foi banido entre nós, que nenhum boçal tente revivê-lo. Serão “pegados”. “Pegados”. Entenderam? Acho bom.