Não querem viver
Vou a um shopping de Florianópolis e encontro uma amiga. – “Prates, tenho pensado muito em ti nos últimos dias”, é o que ela me diz de imediato. – Bah, o que foi que eu fiz de errado? – perguntei, inquieto.
Nada de errado, me diz a amiga. E ela desabafa. Diz-me que a mãe dela está bem doente, dá para dizer, mal. E que toda a família procura ajudar, elevar o ânimo da mãe, a amiga sabe que os remédios produzem um resultado muito pequeno na saúde das pessoas… A mãe da moça não tem do que se queixar do ponto de vista de atendimentos médicos ou medicamentosos. Tudo ao tempo e à hora, nas melhores condições, mas… A mãe emocionalmente não reage, parece nem escutar as pessoas que a tentar jogar para cima. Emocionalmente estática. E foi aí que a minha amiga contou do por que ela andava se lembrando de mim.
É que vivo dizendo, e disso não me afasto, que as pessoas adultas não mudam, o comportamento, a psicologia das ações e reações foram plasmadas na primeiríssima infância, no proverbial “período de molde”, muito bem abordado por Sigmund Freud. Depois desse período, que dura não mais que os cinco primeiros anos de vida, babaus, seremos os mesmos até o fim…
A mãe da minha amiga não dá ouvidos para conselhos, orientações emocionais, modos prudentes e sábios de agir e reagir à moléstia, seja ela qual for. Seja ela qual for. Não existe doença incurável. Quem disser que existe é um demônio. Tudo é possível ao que crê…
Vim até aqui para dizer que mais das vezes não nos damos conta de que não queremos sarar, não queremos melhorar, não queremos viver… Muito comum. Muita gente diz, da boca para fora, que quer sim melhorar, sarar, viver, mas… Seus gestos as condenam, sua obstinação em não querer ouvir e mudar o jeito de ser revela fundamente um tipo de pessoa que até que caia na cova de uma moléstia pesada não vamos saber disso. Pensamos, até então, que lidávamos com uma pessoa positiva, afeita ao melhor para sua vida, grave equívoco. Os empedernidos emocionais não mudam, só mudam no que não tem muita importância, nos fundamentais estão obstinadamente congeladas. Nesses casos, os que estão por perto que se preparem para os cerimoniais…
VERGONHA
Reportagem de um jornal de São Paulo, título: – “Pessoas passam mais de 10 horas em fila por emprego”. Muitas reclamando. Pois é, mas muitas dessas pessoas “sofridas” também ficam dias e noites numa fila para um show musical, tipo Rock in Rio, ou semelhante. E aí não reclamam. Para emprego ou matrícula dos filhos na escola reclamam… Quem de fato quer “trabalhar” fica quieto, luta, crê e consegue. Mandriões chiam…
VERDADE
Há muito mimimi e denguices no agronegócio, e por agronegócio entendamos até mesmo uma pequena horta caseira. Muita gente promovendo a venda de ovos e vegetais sem venenos, orgânicos, ou produtos sem gordura trans… Tudo com preços lá em cima. Provem-me que são puros, “verdadeiros”, provem-me! Ou alguém sai na “caça” dessa verdade ou muita gente vai continuar bancando trouxa. Reação e… Cadeia.
FALTA DIZER
E os mandriões aí em casa, como vão? Opa, quis dizer os filhos. Estou falando das notas na escola, estamos na reta final do ano letivo, ou o aluno já se garantiu para o ano que vem ou vai patinar outra vez. Que os pais fiscalizem, cobrem e puxem o couro, se for o caso. Só o que faltava mandriões de celular na palma da mão e notas lá embaixo… Couro!