De quem é a culpa?
No dia em que nos for proibido procurar pelo culpado, no dia em que nos proibirem de apontar o dedo para o/s culpados dos nossos erros, vamos entrar em espiral… Tem que haver um culpado para os nossos equívocos, prejuízos e perdas de toda sorte… Achar ou apontar culpados faz bem à saúde, ainda que não consigamos enganar o nosso “interno” tribunal de justiça. E todos temos na consciência um tribunal de justiça, o tribunal moral, podemos enganar ao guarda lá na esquina, mas nunca vamos enganar ao nosso “superego”, o filtro moral de nossas ações, emoções e sentimentos mais fundos…
Bom, não vamos longe. No futebol há sempre um culpado pelos maus resultados: o treinador. Ele não tem defesa, ninguém luta por ele, trabalha sozinho, não é o responsável pelas vitórias, mas é sempre o “culpado” pelas derrotas. É o melhor exemplo ao que eu estava dizendo.
Ninguém acusa, culpa, os mandriões que entram em campo, que fazem passes errados, chutam pênaltis para fora, correm a não chegar, negligenciam nos treinamentos físicos, vivem na noite e, não raro, subdividem o grupo de jogadores, armam “esquemas” e derrubam o treinador antipático… Quem não souber disso é muito ingênuo ou para lá de burro. E enquanto for assim, e vai continuar assim, o futebol brasileiro será um colecionador de derrotas e maiores e contundentes desprestígios. Onde está o responsável? Está em cada um de nós, em cada um dos “craques”. E vale para tudo, para nossas ações mais imediatas, para o voto que damos a um biltre, para o parceiro de casamento que não vale nada, para os colegas ordinários que nada somam ao nosso trabalho, para tudo, enfim. Não há culpados fora de nós. Mas admitir isso dói. No dia em que os demitidos no futebol forem os jogadores safados, grande maioria, o futebol brasileiro renascerá. No dia em que apontarmos o dedo das culpas para nós mesmos, vamos ter outra vida. No casamento, o marido que não presta, não presta porque “ela” o escolheu… Assuma. Vale para o “mimimi” da mamãe que escolheu uma sirigaita pelas linhas do corpo e agora se queixa da sorte. Vale para o que está emburrado no trabalho e culpa a empresa ou o chefe. Só há um culpado por tudo em nossa vida: nós mesmos. Quando descobrirmos isso, descobriremos a vida plena.
VIVAS
Vivas! Ouça esta, pesquisa DataFolha: – “Parcela da população que se declara dona de casa recua de 19% para 7%”. Por necessidade e por consciência, elas estão saindo da “senzala” doméstica. Verdade que a maioria dos maridos de hoje é de mandriões, do tipo – “Vai lá, amor, vai lá e arruma um bom emprego”! Mulheres sem independência são escravas, pobres ou ricas. Que as mães sacudam as filhas para a independência.
PAIS
Diz uma coitada, uma “coach” na tevê, falando de crianças birrentas: – “Que pai que não teve um filho que se jogou no chão e gritou num shopping?”. Bah, conheço muitos, os verdadeiros pais. Criança que faz birra escandalosa em público não conheceu em casa do Dr. Chinelo, emérito educador, não há criança que faça birra com ele…
FALTA DIZER
É moda em algumas empresas americanas o funcionário escrever um questionário com várias perguntas sobre si mesmo… Perguntas do tipo, você confia no fulano? Você o acha competente? Você o escolheria para parceiro ou companheiro de festas? E assim por diante. As folhas são passadas e os colegas respondem sem assinar. É preciso coragem.