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Opinião

Ontem e amanhã

Estou fazendo uma severa limpeza nos meus “apegos”, objetos de todo tipo que de há muito estavam comigo, de livros a condecorações e prêmios. Estou passando por um momento divisório… E os apegos não me estavam fazendo bem. Abri um velho armário e lá estavam livros lidos há décadas. Iriam já para o descarte… Mas um deles me cutucou as retinas, peguei-o e o fui folheando, página por página, relendo os outrora trechos sublinhados. Um deles me fez voltar ao assunto e aqui estou para contar do que se trata.

O nome do livro é – “Seu balde está cheio?” Quando o li pela primeira vez, sim, o balde estava cheio. Mas hoje não está vazio…

O livro é de Tom Rath e Donald O. Clifton, americanos. Há certa altura no livro eles contam de uma pesquisa com jovens recém-casados. E antes do que vou contar, apenas lembro que depois da primeira infância, até aos cinco anos, em nada vamos mudar no nosso jeito de ser, sem chances. É o “período de molde”, teoria freudiana que assino embaixo. E vivo dizendo que o que você é ou foi aos 20 anos, será aos 50, 60, 90… Sem mudar em nada, em nada dos fundamentais, daí a importância da educação na primeiríssima infância.

Pois os americanos quiseram tirar a prova dos noves com recém-casados. Foram recrutados 700 casais em núpcias. Para cada dupla, os pesquisadores registraram em vídeo uma conversa de 15 minutos entre marido e esposa, contabilizando o número de interações positivas e negativas. Dessa gravação, previram os casos de divórcio. A pesquisa foi feita em 1992.

Dez anos mais tarde, em 2002, foram apurados os resultados. Haviam previsto os divórcios com um acerto de 94%, tudo com base numa avaliação das interações dos casais em 15 minutos de conversa e gestos.

Alguma novidade? Nenhuma. Quem não sabe que todos os casos de maus-tratos, violência e feminicídios entre os casais começaram no primeiro encontro… Elas não quiseram ver, não tiveram interesse em ver os canalhas que estavam à sua frente… Somos hoje o que fomos ontem e vamos ser ainda piores daqui a 30 anos, se houver esse tempo… Ninguém muda. O divórcio começa a alicerçar o piso na noite de núpcias. Só os abobados da vida não veem isso. Valeu? Agora vou jogar o livro fora.

DESTINO 

Um cafezinho no Shopping Beira-Mar… Lá pela tantas, um dos companheiros que jogavam conversa fora, ficou sério e disse que – “Todas as situações evoluem como devem evoluir, não importa quais sejam os nossos sentimentos a respeito”. Espere aí, o amigo está falando de destino, algo a que não podemos evitar? Só os perdedores creem em destino. Nosso destino é feito por nossas bravuras e fé pessoal. Desistir é para os calças-frouxas da mamãe. Não existe destino.

TEMPO 

Quando estamos num poço sem fundo ou aparentemente sem fundo, não falta quem nos estimule dizendo que o tempo nos vai ajudar, que temos que dar tempo ao tempo. Pode ser. Agora, uma coisa é certa: para sermos alguém na vida, para criarmos algo significativo precisamos sim de tempo. Ninguém se torna grande ou cria algo de grande de um momento para outro. Grandezas exigem tempo. Paciência!

FALTA DIZER 

Não sendo trabalho forçado, escravo, criança tem que trabalhar, sim senhor! Trabalhar desde muito cedo em casa, ou fora dela, tudo, é claro, dentro de limites e possibilidades. Trabalho não tira pedaço de ninguém, trabalho dignifica e enobrece. Só o que faltava, pequenos mandriões se coçando…

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