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Opinião

À guerra

Estava lendo A Arte de Viver, de Epicteto. No outro canto da sala, um piano, leve, repousante… Repousante para quem? Num momento, me dei conta de que estava com o cenho fechado. Fui ao espelho. Bah, que cara de poucos amigos. Por que cara de poucos amigos, afinal, estava lendo um livro agradável, conceitos sobre como viver melhor, filosofia, psicologia, vida, enfim… Uma boa leitura e um bom piano, por que então o cenho de potro atolado? Muitas razões, nenhuma razão. Impossível estar de cara amarrada sem razão, como se explica isso? O inconsciente e o subconsciente não são nossos amigos, são inimigos da pior trincheira: a das nossas loucuras, desejos inconfessáveis, medos, ódios, de tudo… Não é por outra razão que temos o “superego”, o nosso guardião de fronteiras, o coador da mente, o que faz seleções entre os nossos melhores “sins” e os nossos piores desejos.

Nessa confusão, lembrei-me de uma velha oração, uma filosofia milenar indiana, a chamada Prece da Serenidade. Lembras dela, leitora? É aquela que diz assim: – “Concedei-me, Senhor, a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso e a sabedoria para distinguir entre umas e outras…”.

Pois aí é que está o “x” dessa questão. O que me incomoda, e a você também, aposto, é o que não posso mudar. O que não posso mudar é o que mais desejo mudar, ora. Já testemunhei incontáveis casos de pessoas tentando mudar o que não lhes era possível. Mas como ficar pacífico diante do que me incomoda (e são tantas coisas) e ficar na serenidade da contemplação? Ademais, onde mesmo está o que não posso mudar? E os poderes da mente que têm a força de mudar o que aparentemente não podemos mudar? Desistir dessa fé é sentar-se sobre a pedra do dar-se por vencido. – Ah, mas não vou desistir mesmo, ainda que o que me apoquente esteja fora dos meus poderes de decisão. Vou continuar de cenho fechado, sim. – Ah, Prates, mas tu sabes que isso é refinada estupidez! Para mim, estupidez é desistir, ainda que o desejo e objetivo de luta não dependam de mim. À luta, mandrião! É o que estou dizendo a mim mesmo. Larguei de mão Epicteto e fui ler A Arte da Guerra, do chinês Sun Tzu…

BOCAS 

A coisa vai de mal a pior. Ontem ouvi uma “atriz”, não tem ainda 20 anos, uma bobinha que inventaram ser atriz desde os três anos, dizendo de sua prisão de ventre. “Sou entupida, não cag…”. Santo Deus, o que é isso? Que falta de vergonha na cara. Fez-me lembrar uma outra que contou dos “puns” do marido na cama. Um horror, mas… Ambas têm um baita público, de iguais…

ETIQUETA 

Se a empresa onde trabalhamos é a nossa segunda casa, é preciso que essa casa seja mantida em boa ordem… Penso que as empresas deviam investir em cursos de etiqueta, bons modos. A educação de convívio, a fala, o tossir, o espirrar, os cumprimentos, o respeito à ordem e direitos alheios… O professor ia ter muito de que falar, bah, muito mesmo.

FALTA DIZER 

Tens um grande amigo, uma grande amiga no ambiente de trabalho? Isso é ótimo, mas… Não contes tudo de tua vida para essa pessoa. Vá até um certo ponto, ninguém sabe do amanhã. E só descobrimos o caráter das pessoas ao brigar ou nos desentendermos com elas… Cuidado, no muito falar está a angústia, dizia Salomão, filho de Davi.

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