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O tempo e as rugas – por Luiz Carlos Prates

Lutamos contra o tempo desde que somos expulsos do paraíso. De que paraíso falas, Prates? Ora, do paraíso que todos conhecemos e de onde fomos expulsos pelo parto, na hora de nascer. Paraíso existe sim, é o ventre materno, nesse paraíso temos tudo ao tempo e a hora… Quando saímos dele, bah, que horror, começa o inferno, sem choro, afinal, todos temos que pagar pelo “pecado original”, não foi assim que nos ensinaram? O pecado original é nascer…  

A partir do marco zero do nascimento, começamos a corrida contra o relógio, e uma das nossas angústias maiores vem do espelho, das rugas que vamos notando pouco a pouco, cada ruga é um sinal de aproximação com o fim. Cruzes, não tinhas outro assunto, Prates? Não, não tinha, mas tenho uma ideia, uma mensagem, que bem nos pode anestesiar um pouco a consciência sofrida.

Não queremos envelhecer, pois não? Digamos que segurar as rugas é impossível, nem Botox nem cirurgias dão jeito, quando as rugas parecem ter desaparecido por meios artificiais, elas ficam mais fortes em nossa cabeça…

Agora, ouça esta: – “O desespero por envelhecer faz com que você envelheça mais depressa…”. Diante dessa verdade, muitas pessoas, sem se dar conta, vão desistindo da luta pela vida e da melhor das juventudes: a do ânimo. Tanto é verdade que a maioria dos “idosos” (em que idade começa a velhice?) se vão desleixando física e mentalmente. A partir daí, não tem mais volta, a pessoa começa a descer a ladeira dos desânimos, fica sem graça, atira-se no vestir e nem aí para os entusiasmos que podem ser gerados pela “vaidade” e por uma causa por que lutar. Lutar? Os meus filhos estão crescidos, a minha casa está paga, estou aposentado, o que mais…? Quem pensa assim morreu, ainda que respire…

E agora fique com esta: – “As estatísticas indicam que as taxas de mortalidade por câncer e enfermidades cardíacas são mais altas entre pessoas com dificuldades psicológicas, e mais baixas entre pessoas que têm um forte sentido de objetivo e bem-estar…”. Em outras palavras, uma cabeça ocupada, lutando por uma causa e pensando de modo arejado tem mais saúde e é mais feliz. Quem não pode? Os desistentes da vida não podem. São a maioria. Problema deles. Eles têm, ou tiveram, a faca e o queijo na mão, não quiseram aproveitar do queijo… Então, curtam as rugas…

EDUCAÇÃO 
Sei que as professoras andam com a corda no pescoço, sem autoridade nem prestígio, os safados – pais e governos – as destituíram das melhoras propostas, mas… Elas que reajam, são a mais poderosa de nossas esperanças. Estamos vivendo a liberdade absoluta, a sociedade das permissividades, qualquer guri das cuecas sujas e guria das calcinhas não trocadas alçam-se a erguer a voz contra os bons costumes. Que as professoras reajam como puderam, elas são as nossas últimas esperanças. E que os permissivos de toda sorte procurem por reformatórios ou motéis e não escolas… 

ALUNOS 
Ano letivo começando, que os pais se olhem no espelho e se perguntem: sou pai, sou mãe material ou moral? Quase sempre a resposta será material. São daqueles abobados que se preocupam com mochilas de grife para os filhos, tênis importados, bobagens, educação que é bom, nada. E assim mandam seus demoníacos para a sala de aula. A quem não vestir a carapuça, cumprimentos cálidos. 

FALTA DIZER 
Uma caminhonete passou por mim e na capa da estepe lá atrás, lia-se – “Tá nervoso, vai pescar”. Quer dizer, imbecil, que quando estou nervoso tenho que relaxar matando peixinhos indefesos, é isso estúpido? Que um anzol te pegue! 


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