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Malandros, caiam fora!

Malandros, caiam fora!

Foi dia destes, durante o Carnaval. Um repórter estava no meio da rua falando sobre o desfile dos blocos e escolas de samba da cidade dele. E disse que este ano o Carnaval não seria competitivo, não haveria vencedores nem perdedores. Questões financeiras da prefeitura, essas coisas, não houve dinheiro para premiações etc., etc… Que bom que não houve premiações, mas…

O fato de não haver premiação não desanima nem tira o entusiasmo do verdadeiro folião, do valeroso ser humano que num determinado grupo, fazendo o que fizer, não luta por salário ou prêmios, luta para “ser”, para realizar-se no seu melhor.

Não me faz sentido eu cantar mais alto, repicar com mais gana o meu tamborim por estar em busca de um 1º lugar na avenida, eu fora. Meu entusiasmo, seja pelo que for, não pode depender do prêmio. Houve um tempo no futebol em que os dirigentes ofereciam, antes do jogo, um dinheiro extra para os jogadores em caso de vitória. Os caras já eram bem pagos e mesmo assim precisavam de um “empurrão” especial, uma premiação por fora para fazer mais força e ganhar o jogo? Canalhas, tantos os que ofereciam (ofereciam?) os prêmios por fora quanto os que entravam em campo lutando com “mais força” pelo dinheiro “ilícito”, moralmente ilícito.

No trabalho não podemos ser movidos pelos bônus de fim de ano, por esta ou aquela razão que não nos seja pela vergonha na cara e pelo ímpeto de fazer bem feito. É infinitamente melhor “ser” do que ter, em tudo. Precisamos do “ter” mas que esse “ter” nos venha do suor legítimo e abençoado, tão abençoado que eu o chamo de água benta, faz milagres… Era só o que faltava o cara sambar com mais raça, com mais pé-no-chão porque vai sair uma placa a distinguir vencedores. Os melhores na vida serão sempre os apaixonados por sua escola, time, empresa, partido, tudo… Os apaixonados, os que lutam com amor, já venceram. Não precisam de medalhas. Ademais, quem não sabe que a História já laureou incontáveis “heróis” que nunca passaram de canalhas covardes? Aliás, maioria, maioria… Do mesmo modo que a maioria que hoje empresta nome às ruas não passou de calhordas bem disfarçados. À vitória, meninos, à vitória sem prêmios “físicos”, mas com o melhor de todos os prêmios: um coração vencedor.

INTERESSANTE 
Tudo isso de que tratei aí em cima fez-me lembrar de um maratonista (pena que lhe perdi o nome) e que chamava a atenção porque nunca olhava para trás quando corria. Um dia lhe perguntaram sobre isso, por que não olhar para trás e ver quem o persegue? Ele respondeu que não corria com os que lhe vinham atrás, corria com ele mesmo, a vencer ele mesmo… Nunca esqueci. Boa lição para nós: fazer o máximo sem prestar atenção a quem está por perto querendo nosso lugar… 

COACHES 
Estou perdendo os cadernos com os “coaches” que andam por aí. Parece quem não dá para nada vira coach. Acabo de ver um anúncio de uma “coach de carreira”. A mulher não deve ter 40 anos, com certeza. Como é que alguém sem carreira me vai ensinar sobre carreira? Coaches devem ter no mínimo 60 anos e uns 40 de carreira num único segmento. Fora disso é engodo para pegar trouxas. Cana… 

FALTA DIZER 
Numa entrevista antiga, mostrada pelo canal Art 1, o inesquecível ator Sérgio Brito disse que segurava a mão do pai quando ele morreu. Sérgio viu a luz sumir dos olhos do pai, e aprendeu ali, disse ele, que a vida é luz… Um poeta do teatro. 

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