O santo e o trovão
Coisa triste é você dizer uma coisa e a pessoa à sua frente fazer sinal com a cabeça que concorda. Concorda, mas não faz. Essa é a postura da maioria diante de verdades incontestáveis, verdades que se não forem seguidas vão produzir péssimos momentos na vida dos desatentos… É muito estulta a pessoa que só se lembra do santo quando troveja. Lembrar-se do santo só quando troveja é tarde. O “santo” não vai ajudar.
Dia destes, Florianópolis ficou uma danação, tanta foi a chuva que caiu por três dias. Alagamentos, desmoronamentos, pessoas ilhadas, outras mortas, algumas perdendo tudo, outras perdendo muito, aquele horror.
Depois da chuva, um bombeiro disse que “Prevenção é a palavra-chave para que evitemos futuros transtornos parecidos…”. Tem razão, mas… Quantos de nós somos previdentes, prudentes, diante das possibilidades ruins que o futuro nos pode reservar? Bem poucos.
Prevenção para a velhice, por exemplo. Você tem guardado dinheiro para a complementação da sua aposentadoria? Ou espera que o dinheiro lhe vá cair dos céus? Ora bolas!
E temos que dizer isso às nossas crianças. Prevenção para um jovenzinho significa estudar três horas por dia, em casa, depois das aulas. Pronto, estará alicerçada a prevenção: ele ou ela não vai ficar em recuperação, não vai repetir de ano na escola. Prevenção para estudantes é estudar…
Para que o casamento não acabe mais cedo, algumas boas regras de conduta, previdentes: cortesias, prudências na linguagem, respeito, dedicação e amar para ser amado, pois sim? Ficar esperando por ele ou por ela é esquecer de fazer a sua parte, a parte pessoal e preventiva do eventual divórcio…
No trabalho, não deixar rastros de incompetência e desatenções. Cumprir com os deveres, ser pessoa ordeira, confiável, simpática, colaborativa, qualificada e tenaz, bom “produto”, enfim… És assim?
E o que dizer quanto à prevenção na saúde? Tudo. Alimentos corretos, exercícios, exames médicos, vacinas, tudo, para depois não nos queixarmos da sorte. Prevenir é melhor que remediar. Que horror ter que dizer isso.
No caso das cidades, o prefeito, com a ajuda dos vereadores e dos munícipes, fazer o que tem que ser feito… antes da chuva.
Se formos previdentes no que podemos ser, quase tudo, a vida nos será mais leve, e quando uma “chuva” mais forte nos cair sobre o lombo já teremos a nos proteger a “capa da previsão/previdente”. Vamos nos molhar pouco. Que perda de tempo essa conversa, todos concordam, mas… poucos seguem a cartilha previdenciária da vida…