Qual a saída?
Diante de certas decisões ou posições pessoais, costumamos dizer que “nem tanto ao céu nem tanto à terra”. Queremos dizer com isso o que os romanos antigos diziam de outro modo: a virtude está no meio. Discutível. Bem discutível. Certas virtudes devem estar nos extremos… A da Justiça, por exemplo. Gosto da Lei de Talião, dente por dente, olho por olho. Ou então, a cada um segundo suas obras…
Pesquisa recente que anda por aí provocando discussões garante que quase 60% dos brasileiros são favoráveis a pena de morte. Dependendo do crime, concordo, forca para o miserável. Casos especiais, que no caso do Brasil são incontáveis.
Mas vamos lá, será mesmo preciso a pena de morte para que a sociedade leve medo aos bandidos cruéis? Não, não será, basta que eles tenham certeza de que se pegados pela lei vão ficar muito tempo “de molho”, sem banhos de sol nem festinhas atrevidas. E, claro, nem pensar em celular. Cana da braba, fechada, incomunicável, pronto, aí estará um tipo de pena bem melhor que a eventual forca… E por que não temos essa lei? Ora, porque os babacas, autoridades de aparência, não se querem incomodar e, mais que tudo, querem posar de bons moços, de beatos. Dá nisso que temos. E vou mais longe.
Por que não reabilitar em sala de aula o poder dos professores? Por que um professor que venha a chamar de vadio ou de mal-educado a um vadio ou mal-educado é levado para a delegacia? É disso, antes de tudo, que temos que cuidar. Crianças bem-educadas não saem por aí abusando da paciência alheia nem fazendo badernas típicas dos que nunca levaram uma “coça”, uma boa coça caseira…
E no plano dos crimes propriamente ditos, lei, lei pesada, incondicional. Dia destes, ouvi sobre um cara que tinha matado, traficado, roubado, assaltado e tudo o mais, pegou 24 anos de cadeia. Ué, mas ele não podia ter pegado 30 anos como possibilita a lei? – Ah, mas tem os atenuantes, isso e mais aquilo… Sei bem quais são os atenuantes, sei bem… É com esse tipo de aplicação da lei penal que temos que erguer a voz, e sem essa de que o texto diz… O texto bem que pode ser “interpretado” de outro modo, o que é muito comum em muitos momentos, dependendo de quem esteja no banco dos réus… Ou isso, ou, sem saída, a forca…