
Aposto que perco
Vou fazer uma aposta com você e aposto que vou perder… Queres ver? Aposto que você já ouviu a expressão: – “Ah, ele (ou ela) é um zero à esquerda”! Já ouviu, não ouviu? Tinha certeza!
Mas os que vem a ser mesmo um “zero à esquerda”? Costumamos dizer que o “zero à esquerda” não agrega valor nenhum ao que vem depois, um zero à esquerda é menos que zero. Cruzes! E dizemos isso de uma pessoa? Dizemos, dizemos isso de alguém todos os dias.
Venho a este assunto “estranho” porque alguns otários são contra o “zero” nos vestibulares e mais ainda na Redação. Agora veja, tudo na vida vai do zero ao infinito. Todavia, nas provas, nos testes, nas avaliações humanas, as notas circulam do zero ao 10. Se para não ferirmos alguém evitarmos o zero que a pessoa merece, ela não vai ser sacudida como deve. O zero é parte da vida.
Nesses asquerosos programas com “falsos” cantores e bailarinos na televisão, jurado que der menos que 9,9 é levado ao fogo do inferno… Falsos. Ou as notas vão de zero a 10 para todos e incondicionalmente ou nada feito. Caos total.
E nas escolas não se pode abrir mão do zero em razão de alguns parvos dizerem que o zero traumatiza. O que traumatiza é a vadiagem, a falta de pulso dos pais, o descontrole na educação, a falta de respeito generalizada que anda por aí. Jovens vadios, a maioria, andam cheios de razão, podem tudo e ai de quem os critique. Um vagabundo assassino – irrecuperável – mata colegas de aula e ninguém lhe mostra a cara na televisão, a lei não deixa… Rasgue-se a lei quando ela for espúria, dizia Rui Barbosa.
Ou o zero volta com tudo para as salas de aula, para as avaliações de toda sorte, ou melhor é não fazer mais avaliações. Aliás, houve um tempo em que boçais da (des)Educação brasileira substituíram as notas escolares, aquelas de zero a 10, por conceitos A,B,C… Sim, mas que nota tirou um vagabundo com conceito C? Hein? É por isso que não saímos do atoleiro, muita gente vive poupando o couro dos vadios, dos que “zeram” em provas. Ou o zero volta com tudo ou vai ficar pior ainda esse desaforo social em que vivemos. Ponto. Só o que faltava!