segunda-feira, 30 de junho de 2025
12.3 C
Pomerode
12.3 C
Pomerode
segunda-feira, 30 de junho de 2025

Luiz Carlos Prates – 07/09

Divulgação.jpg

Elas, as felizes     

Nunca vou esquecer. Quando adolescente, minha família morava num prédio de 3 andares, dois por andar, outra época… Não digo que tudo era melhor mas era, ainda que o ser humano ao longo dos tempos sempre tenha sido o mesmo: boçalmente estúpido. Credo, que horror! Não posso me enganar, ora bolas.

Como disse, morávamos num prédio pequeno e desse prédio me resultou uma lembrança inesquecível, a lembrança da Jandira. Uma mulata já não tão nova e pobre, muito pobre, fazia os trabalhos domésticos no apartamento ao lado e acima do nosso…

Por que não esqueço da Jandira? Porque sempre a ouvia cantando. Lavava roupa cantando, passava roupas cantando, varria a casa cantando, Santo Deus, a Jandira era uma musa grega do canto. Pobre e feliz, eis a marca da Jandira. Sim, eu sei, você me pode dizer que quem canta seus males espanta, que Jandira era uma sofredora que despistava suas dores cantando… Saudável Jandira. Saudade ela. Quantas biscas você conhece, bem de dinheiro, ostentando, desses tipos que não param em casa, que inventam de tudo para gastar dinheiro, consumir em bobagens e, mesmo assim, vivem com ansiolíticos na bolsa?

E lembrei da Jandira – mais uma vez – dia destes ao andar pelos corredores de uma empresa e ouvir alguém cantarolando alguma coisa, voz de mulher… Fui indo, fui indo e dei com ela: a moça da limpeza, cantando. Será que ela estava cantando por que ganhou na loteria? Não, não ganhou, ela estava cantando porque se sentia bem… E quantas lambisgoias você conhece que andam por aí sem dificuldades especiais e ainda assim de cara emburrada? A moça limpava a empresa e cantava. Outros saem para almoçar e enfartam na calçada, gente “boa”, doutores, empresários, artistas ricos, gente que devia andar cantando pelas esquinas, cantando na chuva, mas que andam rangendo dentes de amarguras. Pode isso? Claro que pode. Não fosse assim, os pobres seriam sempre infelizes e os ricos rindo à toa… Não tenho dúvida, é muito mais fácil ser feliz na pobreza que na fartura. A fartura com aliança no dedo da felicidade seria o Paraíso na Terra, mas poucas pessoas se dão conta de que dispõem de muito mais do que precisam, e choram pelo leite derramado das pequenas e corrosivas vaidades. Coitadas. Têm tudo para serem felizes e decidiram pela infelicidade. Canta pra eles e elas, Jandira, canta!

 

Educação

A bonita (se acha bonitona…) estava sendo maquilada para fazer programa na televisão. O maquilador ali, retocando tudo o que podia, a rotina fluía até que… A bonitona deu um espirro que tirou a tevê do ar, espirrou na cara de todos por perto, sem lenço nem documento. Um horror a falta de educação. Nada de proteger a boca, o nariz, usar um lenço, gestos naturais nas pessoas educadas, nunca espirrar como um bicho na presença de pessoas. Muito comum gente de todos os tipos fazer isso. E ainda casam…

 

Infância

Tudo começa na infância, tudo. Se os pais forem duros na educação de bons e saudáveis modos de convivência social, as crianças aprenderão e nunca mais vão esquecer. É como uma vacina. Mas não, não ensinam mais nada, deixam as crias fazer o que bem entendem e depois vão se queixar da sorte. Ah, e vão, sem dúvida. Bons modos e honestidade ou se aprende na infância ou nunca mais. Ferro!

 

Falta dizer

O passado traz ou arrependimentos ou saudades inúteis… E o futuro traz inseguranças e estresses… Saída? Viver no aqui e agora, usando das experiências do ontem e não jogando tudo para o amanhã. Fácil? Tente, quero ver.

Proibido reproduzir esse conteúdo sem a devida citação da fonte jornalística.

Receba notícias direto no seu celular, através dos nossos grupos. Escolha a sua opção:

WhatsApp

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui