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Ela e os fora da casinha

Encontrei-a por estes dias e por absoluto acaso. Abri o jornal e lá estava ela, sorridente. Sem nenhum dente na boca. Ela foi deixando os dentes pelo caminho, muito menos pelas ações corrosivas do tempo do que pela pobreza implacável que a acompanhou pela existência. Ela estava acabando de celebrar 100 anos, semana passada. Sim, você ouviu bem, 100 anos. Não é para qualquer uma… 

E ela já está comigo no meu arquivo temático, onde há uma pasta para… os centenários. Essa catarinense, cujo nome omito, é pobre, sempre foi pobre e viabilizou sua vida lavando roupa “para fora”, como se dizia. Uma lavadeira, saudável, feliz e centenária. E por isso ela foi para o meu arquivo, para a pasta dos centenários.

Nessa pasta dos centenários, leitora, só há gente pobre, gente que não conheceu remédios “de receita”, remédios caros e inacessíveis para eles… Gente que não conheceu hospitais e alas vips, gente que não conheceu roupas de grife nem carros do ano. Gente feliz com o churrasquinho “na laje”. Gente que nunca ouviu falar em comida gourmet… Gente que nunca soube o que é ansiedade, estresse, neuroses e muito menos depressão, vivências típicas das pessoas urbanas, meio loucas, fora da casinha…

Muito curioso que no meu arquivo dos centenários só tenha gente pobre… Por que os abonados, por que os ricos vão ficando pelo caminho cedo na vida? Por que os que podiam ter vidas fáceis, saudáveis, felizes, por que vão morrendo cedo, rangendo dentes? Não é curioso que os centenários, pelo mundo, sejam – quase todos – centenários? Mas faz sentido. São pessoas despidas das frustrações do “asfalto”, das “mansões”, das futilidades que angustiam, tiram o sono, debilitam a saúde, infelicitam e matam mais cedo… O pobre que aceita sua pobreza, que vive bem nas suas poucas posses, que entende a vida e as inutilidades da vida tem mais saúde, provada e estatisticamente. A saúde depende “essencialmente” dos motores emocionais. Não acreditar nisso é apertar a mão do diabo para morrer mais cedo. Não existe doença que não tenha antes passado pelos emocionais da pessoa. Patologias e curas “milagrosas” passam pelo emocional, pelo sim e pelo não das pessoas. Mas aquela senhora, lavadeira a vida toda, com o sorrido da bem-aventurança e nenhum dente na boca, ah, ela faz inveja a muitos ditos sábios…

FÉ 
Pode ter sido só um jeito de falar, mas… O jeito de falar nos revela. Uma senhora, estimulada por amigas, decidiu submeter-se a uma cirurgia-astral, de fundo espírita. Ela combalida. Conversando com amigas, a tal senhora disse: – “Ah, todo mundo está me falando dessa cirurgia, eu vou arriscar”! Pode desistir, senhora, não perca seu tempo! Quando alguém diz que vai “arriscar” em alguma coisa, ela não tem certeza dessa coisa. E em questões de fé não se arrisca, se crê… E na certeza do crer, o “milagre” acontece. É por isso que há tão poucos milagres, há pouca fé nas almas… 

CURAS 
Podem haver curas a distância sem que o “terapeuta” e o “paciente” se vejam? Claro que sim, basta que haja entre o emissor da energia e o receptor uma afinação mental, um elo emocional os possa unir. As mensagens de cura são recebidas inconscientemente. Todos podemos. E não raro, todos o fazemos sem nos dar conta. Pensamentos limpos, positivos, são o melhor remédio. 

FALTA DIZER 
O diacho é que na vida todos dizem que pensam positivo, mentirosos de uma figa. A estupenda maioria pensa negativo, todos os dias e ao longo da vida. Vêm daí os tantos e tantos desenganos, infelicidades e torturas na vida. 


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