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Semear e colher

Se um mendigo lhe der um conselho de vida, você vai aceitar? Duvido. Por educação, você pode assentir, mexendo a cabeça para cima e para baixo, mas… Sairá dali esboçando um sarcástico sorriso. E se fosse o Papa quem lhe desse o mesmo conselho?

Digo isso pensando num vídeo que a Fátima mostrou, dia destes, no programa dela. E não me pergunte que Fátima. Era só o que faltava…

Pois a Fátima mostrou um vídeo elaborado pelo Ministério da Saúde do Canadá, país desenvolvido, culto, rico; aliás, país onde muitíssimos jovens, querendo soltar a franga, pedem aos pais para fazer “intercâmbio. Sei bem do intercâmbio que eles querem fazer, sei bem…

Pois nesse vídeo do Ministério da Saúde canadense aparecem imagens de dois homens, “velhos”. Quer dizer, um deles é velho, o outro não, posto que ambos tenham a mesma idade, 70 anos.

Em cenas diferentes, um dos homens aparece calçando tênis, vai sair para a ginástica, o outro põe pantufas. O primeiro põe calças com cinto e ajeita a gravata, o segundo põe pijama; o primeiro estica o braço para ajeitar o relógio no pulso… o segundo estica o braço para receber a pulseirinha de identidade de paciente internado… E assim segue o vídeo do Ministério da Saúde do Canadá, vídeo para conscientizar a população que… A velhice é feita por nós, por nossas escolhas na vida.

Quando um paspalho, opa, desculpe, um sujeito aposentado, mas saudável, põe pantufas, fica vendo televisão e arrotando na sala, quando o pijama é a sua roupa mais elegante, quando só pensa nos remédios que tem que tomar, quando não lê nada, quando não aprende mais nada (ou nunca quis aprender) quando relaxa na vida, está asfaltando a avenida da morte… Vai cruzá-la mais cedo.

O que pensamos, como nos orientamos na vida, a sorte que pensamos ter ou não ter, a crença em destino, os apegos enganosos a religiões nos levam às doenças, às infelicidades, à uma vida tediosa e amiga íntima da morte próxima. Foi isso o que quis dizer o vídeo dos canadenses. Diachos, vivo dizendo isso aqui… Fazemos o nosso destino, fazemos a nossa velhice, fazemos a nossa felicidade. Ou fazemos o nosso sofrimento e inferno. E tudo se programa na nossa cabeça, no modo de pensar. Semeamos? Bico calado, colhamos.

VERDADE  

Relendo Sartre, o filósofo existencialista francês (1905-1980), reencontrei uma instigante frase dele: – “As palavras são pistolas carregadas”. Mas essas pistolas, digo eu, bem que podem disparar tiros de amor, de sensibilidade, de conhecimentos interessantes, de cativantes segredos de uma personalidade atraente, podem revelar um grande ser… Mas, é claro, que também podem (e é aí que tinha razão o filósofo) disparar os “tiros” do futuro divórcio, da demissão no trabalho, das antipatias e aversões. A velha história: “Fala, se queres que te conheça”! Para o bem ou para o mal…

NÓS 

Vou falar baixo, leitora, mas cá para nós, como somos safados em algumas questões. Todos nós. Um exemplo? Qualquer pessoa ficará encantada conosco se durante uma conversa com ela só falarmos de assuntos do interesse dessa pessoa, e nem se fala se a elogiarmos. Ela sairá embevecida por nós. E nós não sairemos encantados com que fizer isso conosco? Que ninguém nos ouça, mas só há um umbigo na Terra: o nosso…

FALTA DIZER 

Viver se queixando da saúde, coisa comum em muitas pessoas, e mais ainda em idosos, é mais ou menos como colocar fertilizantes em ervas daninhas. Mas vá dizer isso aos parvos, vá.

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