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Luiz Carlos Prates

Que se dane

Quem fala a verdade merece o quê? Acertou, merece castigo. – “Ah, não digas bobagem, Prates, quem fala a verdade merece elogios, isso sim”. Sim, da boca para fora todos dizemos isso.

Li uma declaração de um cidadão e concordei com ele da cabeça aos sapatos, o cara está coberto de razão, ainda que… tenha se tornado antipático para muitos que andam por aí.

Antes de dizer do que se trata, deixe-me fazer um teste com você. Imagino que você já tenha idade para ter tido uma namorada ou namorado, alguém que um dia elevou seus batimentos cardíacos às alturas.

Suponhamos que você amou muito, muito mesmo a uma mulher ou a um homem. Amou de perder o sono, você bem sabe. Essa pessoa, a quem você amou muito, todavia, deu-lhe uma figa, foi namorar outra pessoa, casar com ela. A pergunta que lhe faço é esta: você, sinceramente, mas sinceramente mesmo, torce para que ele ou ela seja feliz com essa outra pessoa, a que ficou com o lugar que você tanto desejou? Respondo por você: claro que não, só se você não regular bem… Não me quiseste, filhinha, desejo então que te danes na vida… É assim que os que têm cabeça saudável pensam. Os hipócritas dizem que não, dizem que torcem pela felicidade dele ou dela… Falsos.

– Ah, mas tu não podes julgar os outros por ti, Prates! Essa é a frase típica dos… (nem digo…) E estou nesse assunto, leitora, leitor, em razão de uma declaração do Vampeta, ex-jogador de grandes clubes do futebol brasileiro e pentacampeão mundial em 2002 com o Brasil.

Vampeta disse sem piscar, sem ficar teatralmente corado, que não torcerá pelo Brasil na Rússia, que nenhum dos jogadores que foram pentacampeões vão torcer pelo Brasil… E explicou. – É claro, é humano que queiramos continuar sendo os “últimos campeões pelo Brasil”. Vampeta, cumprimentos pela declaração, o que para muitos é vilania tua, para mim é apenas verdade. Aliás, fui durante muitos anos narrador de futebol, fiz quatro Copas do Mundo e em todas torci como louco pelo Brasil… Mas e nas Copas para as quais não fui escalado como locutor? Torcei desesperadamente contra o Brasil, ora, imagina, ver os meus colegas voltando da Copa com a faixa no peito, essa não…

Vampeta foi honesto, e por isso, criticado. É a vida.

Relações

Entro em muitas lojas, fábricas, empresas de todo tipo e procuro ouvir pessoas, empregados e empregadores. Dos patrões ouço queixas sobre falta de empenho, de responsabilidade, atrasos repetidos, absenteísmo por qualquer razão, ouço que os empregados são uns… (bote a pior palavra que você quiser). Sim, mas e o que dizem os empregados? Dizem que não são observados como deviam, que não há reconhecimentos, que os chefes misturam bons e maus, que não há, enfim, incentivos e “prêmios” aos melhores. Todos por igual. Ah, é? Estou coçando o queixo…

Chefes

Não há mais chefes, diretores, homens a honrar as calças atrás de uma mesa de comando como havia num passado até não muito remoto. Hoje preponderam os formados “lá fora” ou os que se acham, os que nunca fizeram nada de comprovadamente eficaz em qualquer área, mas… chefiam, mandam. E os paspalhos dos conselhos de administração só pensam nos dividendos, nos lucros, no quanto vão ganhar. Depois se queixam dos governos, da crise e da mãe Joana. Pífios.

Falta dizer

E a crise não é só de bons chefes, é também de namorados e futuros maridos. O que ouço das jovens é um desconsolo: – “Não há mais homens, Prates”! É o que mais ouço. Credo, véia!

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