Às vezes é preciso recontar uma velha história para que uma história nova fique devidamente emoldurada, bem clara. Vamos lá. Já contei aqui a história dos dois amigos que andavam pela floresta quando ouviram o rugir de um leão. Um deles juntou as mãos e disse ao outro: – Vamos rezar! Ao que o primeiro respondeu – Sim, mas vamos correr também!
De fato, rezar diante do perigo e nada fazer para evitá-lo é pedir chumbo na vida. E digo isso acabando de ouvir, mais uma vez, a pergunta idiota da Globo: – “Que Brasil você quer para o futuro”? E os parvos respondem.
Ocorre que eu gostaria de ver, de saber, como é, intimamente, a vida desses “brasileiros” que dizem de um Brasil por eles sonhado, mas… Que não ajudam a construí-lo. E isso vale não apenas para o País, mas para a vida pessoal de cada um. Se a pessoa que pede por uma escola pública melhor não for, ou tiver sido, um excelente estudante, uma pessoa esforçada, que lê, que consulta dicionários, que procura por bons programas na tevê, que lê jornal diariamente, que vota de modo consciente, isso e mais aquilo, essa pessoa estará construindo um Brasil melhor para o futuro. E esse será também o futuro dessa pessoa. Mas não, os babacas ficam se queixando de tudo mas não fazem a sua parte, enrolam, ficam pelo caminho, gemem o trabalho, o salário, os transportes, a saúde, tudo… Mas sabem gravar um vídeo, não por patriotismo, mas para a aparecer.
É bom que lembremos que ficar orando o dia todo, ir à igreja, fazer o circo da fé, da religiosidade e continuar traindo a mulher no WhatsApp, viver pulando a cerca sempre que pinta uma oportunidade, trabalhar de mau-humor, falar mal da empresa onde trabalha, votar errado e votar por interesses mesquinhos e imediatos é o que a maioria faz. Mais que a maioria. Mas vivem, essas pessoas, posando de boazinhas. Se todas as pessoas que se dizem boas, honestas, fossem boas e honestas, ah, viveríamos no paraíso. De nada adianta rezar e não fazer a sua parte para um Brasil melhor. “Ah, mas eu trabalho”! Isso é obrigação. É preciso fazer mais que a obrigação, é preciso agir nas virtudes, próprias e coletivas, agir para o Ser e não para o reclamar. Como eu gosto de perder tempo…
NÓS
Esta vale para nós todos. – “Todas as pessoas agem no seu próprio interesse todo o tempo”. E eu não sei? A pessoa caridosa ou muito caridosa está na verdade aplacando suas angústias e sentimentos de culpa. Ela ajuda para sentir-se bem, ajuda por ela e para ela. Ou será que alguém se sente mal depois de ajudar alguém, de fazer uma boa ação? Somos sepulcros caiados sim, alguns mais, outros nem tanto, mas todos sim. Saber disso faz bem à saúde…
GRATIDÃO
Quem não sabe que a gratidão tem memória curta? Tendemos a esquecer em pouquíssimo tempo o bem que nos fizeram, mas… Nunca esquecemos o bem que fizemos aos outros e que deles esperamos gratidão eterna e rapapés. – Ah, mas eu não sou assim! Até hoje não encontrei quem concordasse e admitisse essa amnésia a envolver a gratidão. Admitir os pecados é o primeiro passo para o perdão, não é mesmo, Senhor Cristo?
FALTA DIZER
Vagabundo, 16 anos, entrou num supermercado, Florianópolis, pegou uma barra de chocolate e mandou ver, sem pagar… Um segurança o interpelou energicamente e o vagabundo disse que ia gritar e que o segurança ia se incomodar. Ganhou a parada. Na minha delegacia, o vagabundo ia “vomitar”…