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Trabalhar e gastar

Abri o jornal e lá estava a manchete me esperando. Só para me irritar. Veja só a cara dela: – “Dicas para ser feliz no trabalho”. Ué, Prates, mas não é uma boa manchete, afinal, quem não quer ser feliz no trabalho?

Aborreço-me sim. Valho-me desse assunto nas minhas palestras com jovens e dentro de empresas, faz tempo, e… Não há nada de novo. Já explico, antes preciso repassar o que diz a tal notícia, em resumo… Diz assim: – “O trabalho deve ser encarado como um caminho para conquistar aquilo que você deseja. Comprar um carro novo? Pagar o colégio dos filhos? Quitar a casa? Ou seja, ter um propósito na vida, mesmo que pequeno, é a motivação para te tirar da cama no começo da semana”. Nem sei quem foi o “inteligente” que disse isso, nem quis guardar o nome dele, que estava no jornal, é claro…

Como é que eu posso ser feliz no trabalho apenas para comprar um carro, pagar colégio para os filhos ou o que for? Será que o trabalho serve só para isso na vida? Tem que ser muito pequena cabeça para pensar assim…

As metas ou conquistas materiais fazem parte da vida, das necessidades da vida. Mas não podem ser a vida em si mesma. Vamos admitir que você já tenha os filhos crescido, a casa própria paga, o carrão na garagem e aí, vais parar de trabalhar, vais pôr o pijama da pré-morte e… ficar olhando para as paredes?

Quantas vezes eu já disse, e não estou só nesse dizer, que o trabalho não pode ser uma “canga” no nosso pescoço, tem que ser um colar de pérolas, tem que ser o nosso oxigênio ou… será trabalho. Será que são tão poucos os que já ouviram dizer que “quem gosta do que faz nunca precisará trabalhar”?

Todos temos que trabalhar, por uma razão ou por outra, e por que então não trabalhar com prazer, sem sonhos de gastos materiais estúpidos? Imagine uma pessoa sair para o trabalho gemendo, odiando o trabalho, amaldiçoando a vida de “pobre”, como muitos fazem… Como suportar isso? Dizer que o nosso motivo no trabalho envolve tão pouco é frustrante, francamente. Que pessoa infeliz a que viver assim. Ouviram bem, guris e gurias? Acho bom.

ELE  

Num debate literário realizado com jovens internados num conceituado hospital de Porto Alegre, um garotão de 14 anos disse que dessa amargurada experiência da internação, lhe surgiu uma luz: vai ser médico. Eu o entendi perfeitamente. O guri viu nas ações dos médicos uma razão especial, elevada e distinta para viver. O guri vai ser médico, não tenho dúvida. E será um competente e feliz médico. Feliz, com certeza. Ele terá encontrado pelas curvas da vida uma razão elevada para fazer um trabalho que o vai realizar plenamente. Só assim conseguiremos ser felizes no trabalho: fazendo o de que gostamos e admiramos. Vai lá, guri!

TROUXA  

Cidadão escreveu para uma emissora de rádio pedindo um conselho sobre como investir até o ano de 2020 uma herança de 90 mi reais que ele acabou de receber… E explicou ao comentarista da rádio que esse dinheiro vai cobrir uma viagem de intercâmbio do filho. Que burro! Que esse pai mande o malandro do filho estudar, trabalhar, se coçar num tuna… E vá viver esse dinheiro com a mulher dele. Trouxa.

FALTA DIZER 

Os vagabundos de sala de aula precisam saber que aquele garoto, que senta lá na frente, e sempre tira notas altas, não tira notas altas por ser inteligente. Ele tira notas altas porque estuda. Entenderam, Vadios?

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